Tuesday, November 28, 2006

VERDADES INCONVENIENTES NASCEM DE PERGUNTAS INCONVENIENTES

A ABES, Associação Brasileria de Empresas de Software, divulgou recentemente uma pesquisa que está sendo utilizada pelos seus membros e pela Microsoft para atacar o software livre no programa Computador para Todos.
O programa PC Conectado, hoje, Computador para Todos, foi um sucesso e ampliou a base instalada de software livre no Brasil. Isto fez com que a microsoft começasse a baixar os preços de suas licenças e tentar de todas as formas impedir que as máquinas saissem de fábrica com 26 softwares livres instalados. A concorrência promovida pelo software livre teve como efeito imediato a redução do preço das licenças de software proprietário, para o desgosto do monopólio.
Para tentar conter o avanço do software livre, uma das estratégias do monopólio é pagar todos os anúncios publicitários das empresas de hardware. Por isso, lemos propaganda de computadores nas páginas de jornal com o seguinte texto: empresa tal recomenda M$. Obviamente se fizermos o balanço contábil do que a empresa de hardware paga para a microsoft e retirarmos o que a microsoft paga em anúncios e promoções podemos perceber que ela está quase dando suas licenças gratuitamente. Mas isto não é uma prática anti-concorrencial? Sim.O CADE irá agir?

Agora, a microsoft coloca uma propaganda na TV que dá a impressão que o software livre é um software pirata ou ruim, sendo que o software instável e repleto de vírus é o deles. Isto não seria uma propaganda enganosa? E o CONAR ( Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária ) fará algo?

Por fim, algumas perguntas sobre a pesquisa da ABES precisam ser feitas:

1) Por que uma pesquisa feita em junho foi divulgada somente agora? Será que é para impedir as vendas de computadores com software livre na véspera do Natal? Será que é para influenciar na montagem do novo governo Lula?

2) Por que a pesquisa não peguntou quantas máquinas com start edition, da microsoft, foram trocados por windows pirata?

3) Por que a pesquisa da ABES não quis saber quantos computadores vendidos somente com windows serve para a instalação de todos os demais softwares piratas? Ou será que a ABES não sabe que soemnte a licença para o Office (pacote de escritório da m$) custa R$ 1200,00 (mais que o computador)?

4) Por que a pesquisa foi feita somente em dois estados ou segundo está escrito "nas Unidades Federais de São Paulo e Paraná?

5) Por que a ABES não faz uma pesquisa para saber qual o grau da pirataria geral no país? Será que é porque ela descobrirá uma verdade inconveniente: a pirataria é que mantém o monopólio da microsoft. Quantas pessoas que compram computadores que custam R$ 1800,00 gastariam mais R$ 1400,00 somente nos demais aplicativos da m$, sem falar no Corel, no Photoshop, entre outras licenças.

Acho que a tentativa de manter o monopólio tem limites. A concorrência é melhor, reduz custos, melhora a qualidade e, por isso, devemos defendê-la. Não seria o caso, do CADE, do Ministério Púbico Federal e outros órgãos de defesa da concorrência entrarem em ação?

17 comments:

Anonymous said...

Isso do Start Edition é o que sempre me intriga: como um SO não conhecido mas com uma série de aplicativos de qualidade pode incentivar pirataria mais do que um SO totalmente limitado que só executa 3 programas (em 3 janelas) por vez?

E que atitude podemos tomar contra um império financeiro desta envergadura? Afinal, para o público leigo Microsoft e ABES são nomes respeitáveis. Quando há confiança e não se é da área, não há interesse em ouvir possíveis verdades. Como mostrar às pessoas o fato se as pessoas são motivadas por fé?

[]s

Anonymous said...

Sérgio,

Como está aquele programa que iria capacitar jovens para que pudessem prestar serviços técnicos em Linux para as pessoas que participassem do programa?

Tiago Eugenio de Melo.

Anonymous said...

é isso sergio.

a indústria não pode aceitar o ocioso que produz em seu tempo de ócio, um produto ideologicamente correto, beneficiando a cultura e o conhecimento livre, e portanto, uma sociedade menos alienada e mais consciente de seus direitos.

essa indústria é protegida pela mídia e pela propaganda, manipulada por poucas e grandes instituições de controle da opinião pública que mediam informações como se fossem verdades.

temos que estar de olho aberto e ouvidos aguçados, sempre.

Anonymous said...

Sérgio,

Eu sinceramente não entendo porque voces da comunidade Linux se incomodam tanto com o que a MS diz ou deixa de dizer.

O título do seu blog pode se aplicar a várias "verdades", pois só há uma única verdade em qualquer assunto, porém quem a conhece é a grande questão...

Se imaginarmos que o balanço contábil entre o valor cobrado da licença e o gasto em propaganda se equivalem e que por isso o CADE deveria agir, então eu também quero que ele haja quando a Embratel, Telemargh, etc me concedem desconto quando acesso a internet utilizando o provedor deles, se eles podem conceder esse desconto, entao porque cobram as situacoes "sem desconto", usando a mesma logica: Quero acesso discado a internet da tele gratuitamente ! Cade o CADE !? (eu tinha que escrever isso, nao me contive)...

1 - Vivemos no capitalismo... Porque a fita lancou o tetraflex agora, se a tecnologia jah estava em testes desde o ano passado ?

2 - As poucas pessoas que necessitaram fazer isso, jah compraram o starter edition sabendo que o fariam, a maioria dos usuarios (não geeks) não tem necessidade de troca-lo

3 - E dai ? No linux tambem nao se instala software pirata ? Quantos dos defensores de linux tem uma particao secundaria para rodar jogos, 99,999% piratas ?

4 - Vide item 2. Porque a Fiat anuncia tetraflex (ideia de 04 combustiveis), quando na verdade sao gas, alcool e gasolina (dois tipos :P - quantos tipos de gasolina um carro "uniflex" suporta ?)

5 - Se a pirataria suporta a MS, entao ela vai falir com o lancamento do Vista e Office 2007 que vai dificultar ainda mais a pirataria.. Alias por falar em verdade, os valores (obtidos com uma simples busca no search.live.com) de um XP Home OEM eh R$291,00; XP Pro OEM R$468,00; Office Basic OEM R$554,00 - Academico R$379,00; Office Pro OEM R$1165 - Academico R$529... Ou seja, se as pessoas quiserem se legalizar o custo verdadeiramente (ops! qual serah a ela ?) nao eh o principal problema...

Anonymous said...

Olá, Amadeu, ouvi sua entrevista ao IDG Now! e fiquei feliz de ouvir sua opinião num veículo de grande alcance. Infelizmente a própria imprensa, não sei os reais motivos (mas imagino), não dão a devida importância ao Software Livre apesar de festejar a tecnologia. Abraços.

Anonymous said...

Olá Sérgio,

Se me permite, gostaria de responder algumas questões levantadas pelo "Anônimo":

1. O fato da econômia ser capitalista, não significa que todos os seres humanos devem ser capitalistas o tempo todo. Na minha opinião, devemos valorizar primeiro o lado humano e social.
Quanto à liberação dos produtos, há uma diferença entre um sistema que estava sendo testado de uma pesquisa que já foi finalizada e computada.

2. Será? Como você pode afirmar isso se não foi feita uma pesquisa sobre o assunto? Teoricamente, a menor parte da população precisaria trocar o Linux pelo Windows, pois ele vem com editor de texto, acesso à internet, leitor de e-mail, etc. E sabemos que o Computador para Todos não é desenvolvido para jogos.

3. Eu não tenho nenhum software pirata no meu computador. E a maioria das pessoas "defensoras do Linux" que conheço também não os tem.

4. Concordo com o Sérgio. Quem tem noções básicas de pesquisa e estatística (como eu) sabe que para uma pesquisa ter uma credibilidade, precisa pegar diferentes sociedades, no caso, diferentes estados.

5. Há alguns anos, Bill Gates disse, referindo-se ao mercado chinês que, se fosse para "piratear" softwares, que fossem com os da MS, pois dessa forma, eles ficariam acostumados e bastaria uma opressão e fiscalização para a legalização dos softwares. Essa é uma prática muito utilizada por outros "comércios", que lhe deixam "testa" e depois você é "dependente" do "produto".
Quanto aos valores citados, observe que são licenças "Acadêmicas", que só podem ser utilizadas em escolas e instituições para fins de aprendizagem e com compra mínima (se não me engano, 20 licenças).

dnoway said...

Olá Sérgio, dou-lhe parabéns pela iniciativa de abordar o assunto deste ângulo. Estudo e trabalho com softwares abertos e proprietários. Também sou um usuário e apoiador do Linux e do mundo open-source. Acredito que a discussão é muito bem vinda. Gostaria apenas de chamar atenção para o fato da distribuição Linux que acompanha o PC do governo não ser a melhor para a missão. Deveria haver alguém no governo para se preocupar com os detalhes (ambiente gráfico, interface, usabilidade, etc) para garantir um padrão mínimo de qualidade para a distribuição, pois o que tenho percebido muitas vezes é um “tiro pela culatra”, pois o usuário leigo conhece uma das piores versões do Linux, não gosta, nunca mais usa e ainda agride a imagem do sistema. A qualidade da distribuição deve ser considerada, pois acredito que faz muita diferença. Quanto ao monopólio da Microsoft, é questão de tempo até que o Windows perca sua hegemonia, vale lembrar a pressão da União Européia vem fazendo nesse sentido. O mundo atual precisa de padrões livres e isso abrange os softwares, mas é preciso de certo grau de sensibilidade, inteligência e vivência para que se possa se perceber. Aguardo sua visita. Abraço

dnoway said...
This comment has been removed by a blog administrator.
Anonymous said...

Caro Sérgio,

muito bom o seu texto. Concordo com você que as práticas da Microsoft realmente incentivam a pirataria, uma vez que computadores com Windows originais rodam diversos softwares piratas.
Atualmente o Linux é um sistema maduro e fácil de ser utilizado. Um computador que já venha com o Linux corretamente instalado e configurado, de fábrica, dificilmente irá dar dor de cabeça para os seus usuários.
Além disso, a M$ TEM que estar apavorada... Pois não só o Linux está se tornando cada vez mais fácil de utilizar e mais acessível, como também a superioridade de sua tecnologia está se tornando cada vez mais evidente.
Li em um site que devende o Windows que antes da versão final do Vista, cada novo RC vinha com algum efeito gráfico de desktop novo, com certeza tentando equiparar-se aos efeitos e vantagens do compiz, xgl, etc do Linux.
Ainda assim, o Linux utiliza a tecnologia OpenGL, enquanto o Windows utiliza a DirectX, que é uma tecnologia absurdamente ruim. O Windows também não possui bom suporte para desktops virtuais, coisa que também torna os seus efeitos especiais mais uma perfumaria inútil do que algo que realmente vai acrescentar usabilidade ao dia a dia do usuário.
O anônimo que comentou o post, mais acima, disse que o Windows Starter Edition serve para a maioria das pessoas. Sou obrigado a discordar veementemente dele, pois conheço muitos usuários leigos (que não são capazes nem de instalar uma impressora no Windows) que utilizam diversas janelas enquanto estão conectados: E-mule, Winamp, duas ou três janelas de navegadores, etc...
Aposto que a maioria dos computadores que sai de fábrica com o Windows SE acaba se tornando um computador com Windows PE (Pirated Edition) em pouco tempo.

Anonymous said...

Hi people
I do not know what to give for Christmas of the to friends, advise something ....

Anonymous said...

Hello. Good day
Who listens to what music?
I Love songs Justin Timberlake and Paris Hilton

Anonymous said...

Acho que o anomimo não acredita muito que a pirataria ajuda a M$. Vou dar alguns exemplos da veracidade dos fatos.

Um software pirata pode ser considerado como reserva de mercado, seria a mesma coisa se a M$ distribuisse as licenças. Essa reserva alimentaria ainda mais o Monopolio.

O Windows pirata nas casas das pessoas faz com que as empresas optam por esse software, pois uma empresa precisa de funcionarios e se esse funcionario ja sabe usar o ssitema, já que ele usam o piratão em casa, é bem mais facil pra empresa (ela teoricamente gastaria menos com treinamento) e ele acaba se tornando mais qualificado. A diferença que é que o pirata em casa nada acontece, agora o pirata em uma empresa da sérios problemas. A empresa terá que pagar. Ou seja, o software pirata do funcionario fez a empresa comprar um originnal. É ai que vi a renda da microsoft.

É simples, mas é um exemplo de que a pirataria ajuda e muito o Bill...

tarcisio said...

Eu uso exclusivamente Linxux e software livre há quase 10 anos.
Vou assinar a petição e estou re-enviando a companheiros pedindo
que a assinem.

No nosso curso os laboratórios usam exclusivamente Linux e os nossos alunos estão aprendendo uma nova forma de usar computador.

No meu último livro me recusei a mencionar o nome da "gigante", (é gigante porque uma montanha de governos servilmente a apoiam) em
qualquer ponto do livro. A única menção é a Linux e a um sistema de
software livres usados no livro.

Faço isto consequentemente há 10 anos.

Os países em desenvolvimento tem em Linux a única saída para se desenvolver, hoje em algumas Universidades se irradia Linux para a nossa juventude. Infelizmente não em todas pelo servilismo de alguns
indivíduos que não conseguem compreender o significado libertador (politítico, porque ciência também é política) do software livre.

Claro, muitos se deixam corromper pela atração que a "gigante" consegue manter com som e imagem que nós em que usamos Linux
ainda ficamos um pouco atrás porque ela consegue (ainda) dominar o
mercado e se manter alguns centímetros a frente.


Eu sou livre há 10 anos.

Tarcisio Praciano Pereira
Professor de Matemática
tarcisio@member.ams.org

Anonymous said...

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