Saturday, July 28, 2007

50 MILHÕES EM AÇÃO... PRÁ FRENTE BRASIL!

O Roberto Andrade me enviou um e-mail que diz que o Brasil já atingiu a marca dos 50 milhões de Internautas. Veja:

Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha que vai ser publicada a partir de segunda-feira REVELADA HOJE COM EXCLUSIVIDADE pela revista Meio e Mensagem.
É um número surpreendente!

http://www.meioemensagem.com.br/novomm/br/Conteudo.jsp?origem=mmbymail&IDconteudo=95239

Abs,

Cora Ronai e Claudio Prado foram no show do Gil...


Sensacional. Claudio Prado e a Cora Ronai deram uma esticadinha ontem para ver o show do Gilberto Gil numa cidade aqui perto. Eles estavam no cafézinho do Campus Party contando as proezas do Ministro Hacker.

Nós no Campus...


Conheci Mariana Tamari na Cásper Líbero. Fui o orientador do seu trabalho de conclusão de curso, um wiki sobre o software livre. Ela foi uma das assessoras de imprensa do Campus Party, aqui em Valencia. Como dizem no Brasil: mandou bem!

Gamers do WARCRAFT no Campus Party



O pessoal fica completamente concentrado no momento do combate, principalmente quando são atacados. Muitas pessoas participam do desafio promovido pela comunidade do World of Warcraft.

JOGOS EM REDE: Game conta com mais de 8 milhões de assinantes



Marcelo Salgado é aluno da pós-graduação Lato Sensu da Cásper Líbero. Além de ser um apaixonado por games resolveu estudá-los. Recentemente, pedi que ele me desse algumas informações sobre o Game com o maior número de praticantes. Descobri que o maior MMORPG (Massive Multiplayer Online Role-Playing Game) do mundo é o WoW (World of Warcraft), lançado em novembro de 2004, mantido pela empresa Blizzard. O Site oficial do WoW é http://www.worldofwarcraft.com/index.xml .

Segundo levantamento realizado por Marcelo, o World of Warcraft alcançou o incrível número de mais 8 milhões de assinantes em 2007. Segundo a empresa são 2 milhões na América do Norte, 1.5 milhões na Europa e 3.5 milhões na China.

Mad Dog, Mark Shuttleworth, Tosatti, Marcelo Branco no Campus Party 2007


Marcelo Branco, Marcelo Tosatti e John Mad Dog já falaram no Campus Party. Hoje à noite, Mark Shuttleworth, criador da distribuição Ubuntu, falará sobre sua experiência no espaço. Para quem não sabe, Mark é astronauta. Já esteve uma vez na Estação Espacial Russa e tem dito que pretende voltar.

Friday, July 27, 2007

SIMULADORES NO CAMPUS PARTY 2007



Os simuladores são impressionantes. O pessoal do Campus Party da Espanha construiu vários simuladores. Existem simuladores para aviões, submarinos e embarcações de vários tamanhos.

CLÃ COMEMORA VITÓRIA ... MOMENTANEA...


Gamers que jogam MMORPG organizam-se em clãs. Estes aí promoveram ataques bem sucedidos e conquistaram seus objetivos. Estão comemorando sua vitória que pode ser bem passageira...

Aqui no Campus Party, a maioria das pessoas pertecem a uma das várias comunidades de aficcionados por games.

Wednesday, July 25, 2007

OOXML NÃO PASSA POR ANÁLISE DE ACESSIBILIDADE.

A Universidade de Toronto, Canadá, acaba de divulgar um estudo em que deixa claro os graves problemas de acessibilidade que a proposta do formato OpenXML contém. O estudo desaconselha a adoção do formato defendido pela micro$oft.

http://www.noooxml.org/barriers
http://blogs.sun.com/korn/entry/university_of_toronto_white_paper

CAMPUSEROS CONTRA A CENSURA NA REDE: NÃO AO DRM!



As várias comunidades de internautas estão cada vez mais percebendo que é necessário defender a liberdade no ciberespaço. Nunca foi tão fácil compartilhar cultura e conhecimento. Ao mesmo tempo, nunca se tentou tanto aprisionar e submeter a criatividade humana a interesses comerciais de velhos oligopólios. O DRM (Digital Rights Management) é uma dessas tecnologias que pretende subordinar todos os demais direitos a defesa de uma concepção fundamentalista de propriedade sobre as idéias. O DRM é um conjunto de tecnologias que pretende impedir as cópias de arquivos digitais. Também integram o DRM, dispositivos que asseguram a intrusão nos computadores pessoais, realizadas a pedido de empresas de entretenimento. Quem usa windows, por exemplo, está submetido a mecanismos de rastreamento de seu computador.
Andando pelo Campus Party encontrei esta faixa de protesto.
Sem dúvida, cresce a idéia de que precisamos defender a liberdade na rede.

CONSTRUINDO ANTENAS COM PACOTES DE BATATAS...



Acaba de acontecer, na área de software livre, uma oficina que ensinou os participantes a construir antenas com embalagem de batata.

VOCÊ CONHECE O HUBO?


Um dos grandes personagens do Campus Party não é um humano. É o Hubo, um andróide, desenvolvido por estudantes coreanos. O robo tem feições humanas e faz movimentos de face inacreditáveis.
Na foto, da direita para a esquerda: Marcelo Branco, Hubo, Aquino e eu.

XO no Campus Party




Marcelo Tosatti está no desenvolvimento do XO. Mesmo aqui no Campus Party, a análise, teste e reconfiguração não para.

Desenvolvimento incansável...



A moçada de Salvador está concorrendo no desafio de programação. Eles têm 72 horas para desenvolver um jogo. Depois de passar a noite toda programando, metade do pessoal foi para a barraca dormir, mas o desenvolvimento não para...

Marcelo Tosatti no Campus Party



Marcelo Tosatti chegou ao Campus Party. Já se instalou na bancada da comunidade de software livre. Sua palestra será na sexta.

Tuesday, July 24, 2007

Software Livre no Campus Party...



Uma das maiores comunidades que participam no Campus Party da Espanha é a do software livre.
Colaborar é o que importa!

Pessoal da Astronomia...



Está rolando uma exploração astronômica...

Os desenvolvedores...



Desenvolvedores concentrados...

Uma poltrona confortável para passar a noite...



O pessoal do Campus Party traz computadores, servidores, laptops, devices estranhos, mas também poltronas e utensílios para dar mais conforto durante esta "rave tecnológica".

Madrugada no Campus Party...



Centenas de pessoas, depois do show do Video Games Life, continuam nas bancadas do Campus Party baixando e trocando arquivos. Parece um cenário futurista... um camping tecnológico. Willian Gibson talvez encontrasse aqui uma relação direta com os territórios que construiu no Neuromancer.

VIDEO GAMES LIFE



A abertura começou com o espetáculo Vídeo Games Life. Uma orquestra, um coral, vários games históricos rolando nos telões chegando a trazer certa nostalgia dos velhos games...
Ação típica da cultura digital...

Arquitetura impressionante...



Enquanto esperava o evento de abertura do Campus Party andei pela Praça de Ciências e Artes de Valencia.

Valencia: a terra do Campus Party.



Este é um dos locais mais bonitos de Valencia.

Monday, July 23, 2007

AS PESSOAS ESTÃO CHEGANDO NO CAMPUS PARTY...








Gamers, hackers, geegs, nerds, amantes da simulação, gente de todos dos tipos estão chegando nas bancadas dos dois grandes salões do Campus Party aqui em Valencia. Eles começam a montar suas máquinas e a reunir suas comunidades...

COMEÇA HOJE O CAMPUS PARTY...



Estou em Valença, Espanha. Aqui na Feira da cidade, mais de seis mil aficcionados por tecnologia estão chegando. Trazem computadores, laptops, todo o tipo de parafernália eletrônica. Passarão sete dias acampados no local compartilhando arquivos e experiências. É uma rave tecnológica de grande intensidade.
Bom estarei aqui durante estes sete dias. Vou publicar o que está rolando por aqui.

Friday, July 20, 2007

COMITÊ NORTE-AMERICANO REJEITA OOXML COMO PADRÃO ABERTO

Acabo de receber a notícia abaixo.
Técnicos norte-americanos não aprovam a tentativa de tornar o Office um padrão.
Leia a matéria que saiu na Computerworld.

Committee Gives Thumbs Down to Open XML

A key U.S. technical standards committee will not endorse Microsoft's Office Open XML document specification.
Computerworld, July 17, 2007

An esoteric but key U.S. technical standards committee decided last week not to endorse Microsoft Corp.'s Office Open XML document specification,increasing the odds that the U.S. will vote gainst approving Open XML as an open standard next month at an ISO standards body meeting.

An endorsement by V1, the technical committee that advises the InterNational Committee for Information Technology Standards (INCITS), which represents the U.S. on this issue in the ISO, would have required a vote of "approval, with comments" from two-thirds of the 26 voting members.

According to a blog by Rob Weir, an IBM employee who is a member of the V1 committee, Open XML failed to gain the necessary votes -- even after multiple motions.

Patrick Durusau, chairman of the V1 committee, and Jennifer Garner, administrator for INCITS's technical advisory group overseeing the U.S. position on Open XML, did not immediately return requests for comments.

According to Weir and other sources, the long-moribund committee has seen an influx of new members in recent months, many of them business partners with Microsoft, such as Mindjet Corp., 3Sharp and Xinnovation Inc.

Voting tended to be split, with newer members voting for approval and older members showing less support for the Open XML proposal, also known as DIS 29500, in its current form.

Open XML's approval as a standard is considered key to helping Microsoft maintain its better than 90 percent share among some half-billion productivity software users worldwide. While Open XML -- which is built into Office 2007 -- is freely licensable by others, Microsoft maintains that it
wants to keep the specification separate from the OpenDocument format in order to speed development of new collaboration features and maintain compatibility with old Microsoft Office documents.

V1 members were charged with evaluating Open XML on its technological merits.
"This is not supposed to be about whether Microsoft is a monster or if OOXML is bad for your kids," said one committee member who declined to be identified. "It's supposed to be: Is this a spec that ISO can be proud of? From a technical point of view, the answer is yes."

Sun Microsystems Inc., largely considered an avowed opponent of Open XML because of its own development and support for the competing, ODF-based StarOffice suite, found itself in the unexpected position of stating its support for ratifying Open XML -- albeit after some changes in the proposal are made.

"We wish to make it completely clear that we support DIS 29500 becoming an ISO Standard and are in complete agreement with its stated purposes of enabling interoperability among different implementations and providing interoperable access to the legacy of Microsoft Office documents," Jon Bosak, a Sun representative to V1, wrote in an e-mail to other committee members over the weekend. "Sun voted No on Approval because it is our expert finding, based on the analysis so far accomplished in V1, that DIS 29500 as presently written is technically incapable of achieving those goals, not because we disagree with the goals or are opposed to an ISO Standard that
would enable them."

"There was no dissension that OOXML should eventually become an ISO standard," said Lynne Price, an XML technology consultant in Castro Valley, Calif. However, the "weird" and "not well-written" rules created confusion, especially among newer members less familiar with the standards process, she said.

In March, the ISO agreed to put Open XML on a fast-track approval process that will see a vote by ISO's 157 member nations. That's despite lingering opposition by representatives from a number of countries who argue that the Open XML proposal conflicts and overlaps with a previously established standard -- ODF -- and is poorly written and technically unsound.

INCITS's Technical Advisory Group (TAG) will choose the U.S. position on Open XML's approval, but it did not submit a comment or contradiction on the U.S.'s behalf.

While Price said that V1's advice "de facto becomes TAG's point of view," another source said it is no slam dunk. TAG, the source said, "has to consider the overall context."

The revelation comes in the last week that the public can send comments to the Massachusetts over its decision to reverse course and endorse Open XML as an open standard fit for governmental use.

Opponents to Open XML have been urging members of the public to send comments to the commonwealth.

According to Andy Updegrove, a Boston lawyer who maintains the ConsortiumInfo.org blog, only 50 comments had been posted as of late last week.

Thursday, July 19, 2007

Acabou de sair o livro A MÍDIA E AS ELEIÇÕES DE 2006




O Prof. Venício A de Lima organizou o livro A mídia nas eleições de 2006 que conta com um artigo meu. Trato do papel da Internet nas eleições de 2006. É uma primeira tentativa de observar como a rede está sendo utilizada como um verdadeiro organizador coletivo de ações e reações. Quem se interessa pelo tema tem aí um bom livro.

Venício A. de Lima reuniu artigos de 16 autores que giram em torno de temas como a cobertura jornalística das eleições, o papel da mídia e alternativas para o aprimoramento do funcionamento da mídia na democracia brasileira.

Abaixo segue o sumário do livro que foi publicado pela Editora Perseu Abramo.


INTRODUÇÃO GERAL
Venício A. de Lima

PARTE I
COMO FOI A COBERTURA DAS ELEIÇÕES NA MÍDIA?
1. A COBERTURA DA MÍDIA IMPRESSA AOS CANDIDATOS NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2006 - Kjeld Jacobson
2. IMPRENSA E ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS: NATUREZA E CONSEQÜÊNCIAS DA COBERTURA DAS ELEIÇÕES DE 2002 E 2006 - Alessandra Aldé, Gabriel Mendes e Marcus Figueiredo
3. OS USOS DAS NOVAS MÍDIAS NA CAMPANHA PRESIDENCIAL DE 2006 - Clóvis Barros Filho, Marcelo Coutinho e Vladimir Safatle

PARTE II
QUAL FOI O PAPEL DA MÍDIA?
4. AS MUITAS DERROTAS DA MÍDIA COMERCIAL TRADICIONAL - Renato Rovai
5. O ANTILULISMO NA CAMPANHA DE 2006 E SUAS RAÍZES - Bernardo Kucinski
6. O PRIMEIRO GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O SEGUNDO? - Paulo Henrique Amorim
7. A LONGA NOITE DE SÃO BARTOLOMEU - Luís Nassif
8. ÉTICA DA POLÍTICA E ÉTICA NA POLÍTICA NAS ELEIÇÕES DE 2006 - Antonio Albino Canelas Rubim
9. COMBATES NA FRONTEIRA ELETRÔNICA: A INTERNET NAS ELEIÇÕES DE 2006 - Sérgio Amadeu da Silveira
10. A MÍDIA TEVE ALGUM PAPEL DURANTE O PROCESSO ELEITORAL DE 2006? - Marcos Coimbra

PARTE III
O QUE É NECESSÁRIO FAZER?
11. O POSSÍVEL, AQUÉM DO NECESSÁRIO: TRANSFORMANDO A AÇÃO POLÍTICA DA MÍDIA NO BRASIL - Luis Felipe Miguel

ANEXOS
ANEXO 1. Reportagens publicadas pela Carta Capital:
n. 415, "Os fatos ocultos"
n. 416, "O dossiê da mídia - Segundo capítulo"
n. 416-A, "O dossiê da mídia - Terceiro capítulo"
ANEXO 2. Ali Kamel, "Rede Globo: os fatos"
ANEXO 3. Carta de Rodrigo Vianna
ANEXO 4. Resultado das eleições (TSE)

Wednesday, July 18, 2007

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SOBRE A COMUNIDADE GNOME É APROVADA COM DISTINÇÃO.

Vicente Macedo Aguiar foi aprovado com distinção pela banca de mestrado que analisou sua dissertação denominada OS ARGONAUTAS DA INTERNET:UMA ANÁLISE NETNOGRÁFICA SOBRE A COMUNIDADE ON-LINE DE SOFTWARE LIVRE DO PROJETO GNOME À LUZ DA TEORIA DA DÁDIVA. Vicente agora é mestre pela Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia.
Sua pesquisa buscou demonstrar uma nova expresão da dádiva moderna que é o modelo de desenvolvimento colaborativo entre pares (peer production) que se realiza por um engajamento não-contratual, nem por isso rigoroso, que é típico da comunidade de software livre. Tive a grande felicidade de ser um dos membros de sua banca, composta também de seu orientador o Prof. Dr. Genauto França Filho e pela Profa Dra Ruthy Nadia Laniado. Trata-se de um trabalho primoroso e merece ser lido por acadêmicos, ativistas ou por amantes da ciência.
Vicente me disse que iria colocar uma versão sem revisão de sua dissertação, ainda hoje na web. Prometeu e entregou, aí vai o link da dissertação.

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Tuesday, July 17, 2007

IMPERDÍVEL: PRÊMIO PARA PROJETOS DE INCLUSÃO SOCIAL E TECNOLOGIA


A revista A REDE, onde tenho a coluna raitéqui, está promovendo um concurso para premiar as melhores práticas e projetos de tecnologia para a inclusão social.

Estão abertas as inscrições
para o Prêmio ARede


Estão abertas, até o dia 17 de agosto, as inscrições para o Prêmio ARede, criado pela Momento Editorial, que publica a revista ARede, para reconhecer e divulgar os melhores projetos que envolvam as tecnologias de informação e comunicação (TICs) para inclusão social. Podem ser inscritos projetos nas áreas de internet, rádio, vídeo e meios multimídia, desenvolvidos por empresas, diretamente ou por meio de fundações e institutos por elas mantidos; por organizações da sociedade civil, e pelo setor público.

Os trabalhos serão premiados nas modalidades Terceiro Setor (nas categorias Organização da Sociedade Civil e Fundação e Instituto Empresarial, público ou privado); Empresa (categorias pública e privada); Setor Público (categorias municipal, estadual e federal). Em sua primeira edição, o Prêmio ARede vai contemplar, também, os projetos na área de Educação, com o objetivo de selecionar o trabalho que melhor promova a interação entre tecnologias da informação e comunicação no ensino e na aprendizagem. Para escolher os melhores trabalhos, a Momento Editorial convidou 20 personalidades com reconhecida atuação nas áreas a serem premiadas. A comissão julgadora vai eleger também um profissional com atuação de destaque no uso de TICs para a inclusão social como Personalidade do Ano.

As inscrições para o Prêmio ARede são gratuitas. O regulamento e os formulários de inscrição estão disponíveis no site da revista ARede, no link: http://www.arede.inf.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1007&Itemid=361

Dúvidas ou esclarecimentos:
telefone 11 3124.7444
e-mail momento@momentoeditorial.com.br

OS CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO EXCESSIVA DA INTERNET

O texto abaixo, foi publicado no Gazeta Mercatil, página 3, da segunda-feira, dia 16 de julho. Busca mostrar a quem interessa a identificação constante e total das pessoas na rede. Total é a palavra adequada pois ela é a base de outra denominada totalitarismo.



OS CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO EXCESSIVA DA INTERNET

Sergio Amadeu da Silveira

Em qualquer lugar do centro histórico de Paraty, durante a feira internacional de literatura, Flip, deste ano, você podia conectar-se à Internet de modo livre, fácil e veloz. A Prefeitura de Paraty ofereceu o acesso sem fio (wireless) que permitiu visitantes, jornalistas e blogueiros cobrirem em tempo real o evento. A medida foi aplaudida por todos. Vários Municípios do Brasil e grupos de usuários estão promovendo a proliferação saudável de redes abertas que asseguram aos cidadãos o acesso à Internet.

Caso seja aprovado no Senado o Projeto de Lei Substitutivo ao PL da Câmara nº 89, de 2003, e Projetos de Lei do Senado nº 137, de 2000, e nº 76, de 2000, todos referentes a crimes na área de informática, as redes wireless abertas serão consideradas ilegais. Enquanto na Espanha e em muitos países europeus, as comunidades reúnem-se para garantir várias formas de conectividade, no Brasil a liberdade de acesso será considerada um crime. Tal como na China, o anonimato na rede se tornará uma atividade criminosa.

A quem interessa este projeto? Quem serão suas vítimas? O Projeto de Lei Substitutivo exige de todos aqueles que tornam disponíveis o acesso a uma rede de computadores ou Internet a autenticação “conforme verificação positiva dos dados cadastrais previamente fornecidos pelo usuário”. O que seria necessário para existir a tal “verificação positiva”? A identificação presencial do usuário pelo provedor de acesso como no caso da abertura de contas em bancos. Mas o Projeto de Lei garante que identificação de usuário poderá ser substituída por tecnologia digital que assegure a autenticidade e integridade das informações, ou seja, por certificados digitais.

Certificado digital é uma tecnologia que utiliza criptografia assimétrica para identificar a pessoa que esta enviando uma mensagem ou se conectando a um sistema ou rede. Também serve para saber se essa mensagem foi alterada no caminho entre o emissor e o receptor. Este é o ponto. Ao invés de exigir dos bancos e das operadoras de cartões de crédito que ofereçam certificados digitais para seus clientes, tornando as transações em seus sistemas mais seguras, o Projeto de Lei Substitutivo faz com que a sociedade pague a conta. Nós, teremos que adquirir certificados digitais que possui um custo anual de manutenção ou nossos provedores terão que arcar com esses custos. Além disso, toda criança brasileira para consultar a wikipedia ou para visitar o site do Rá Tim Bum, antes terá que acessar uma rede, mas para isto terá que ser identificada positivamente. Um absurdo.

O custo das fraudes bancárias não deveria ser repassado para a sociedade. Para navegar no youtube, para acessar um site de notícias, para consultar uma site de veículos, eu não deveria ser obrigado a usar criptografia, nem deveria ser considerado criminoso se não usasse formas de identificação positiva. Quem se beneficiará com a possibilidade de identificação permanente dos internautas? Quem se beneficiará com o fim do anonimato?

Primeiro, aqueles que querem controlar os Internautas por motivos políticos e autoritários. Segundo, quem quer lucrar com os dados obtidos a partir dos rastros digitais. Com a aprovação desse Projeto de Lei Substitutivo corremos o risco dos rastros digitais também permitirem a identificação positiva dos internautas. O direito à privacidade será profundamente afetado por esta medida. Muitos brasileiros não querem que o governo nem que as empresas de marketing saibam exatamente o horário em que acessam o site do supermercado ou da livraria. Nem querem que ninguém controle seu estilo de navegação ou seu comportamento. Isso não significa que estas pessoas sejam criminosas. Elas têm o direito de informar sobre suas vidas apenas aquilo que elas desejam. Elas não precisam dar explicações sobre suas preferências. Ao controlar o passo de todos, implantamos uma sociedade da vigilância.

Uma lei de crimes digitais precisa considerar o equilíbrio entre segurança e liberdade, entre a capacidade de atuação do Estado e a necessidade de preservar direitos essenciais. Em uma democracia, o anonimato existe e é bem vindo. As pessoas não precisam estar o tempo todo identificadas e isto é vital, pois acaba protegendo-as de inúmeros inconvenientes. Ao acabar com o espaço do anonimato na rede, estaremos criando um espaço completamente anti-democrático. Por isso, devemos ter uma Lei de Cidadania Digital que equilibre os vários direitos. A solução hobbesiana somente beneficiará a arbitrariedade.

O Projeto de Lei Substitutivo deveria proteger os cidadãos e não criminalizá-los. Deveria exigir que os bancos utilizem certificados digitais para suas transações e não exigir que toda navegação na Internet seja realizada como se fosse uma transação bancária. Não tem o menor sentido. Este projeto esta na contramão da luta pelo espectro aberto, dificulta a democratização das possibilidades de comunicação em rede, impossibilita a existência de cidades digitais com nuvens abertas de conexão, torna o BitTorrent e as práticas P2P inviáveis e impede a criatividade e inovação nas tecnologias de rede.

Sunday, July 15, 2007

Linux limpa...



Achei este desenho em um perfil no orkut. Sensacional!

Thursday, July 12, 2007

...na TRIP de julho


Esta foto aí acima foi tirada pelo Eduardo Simões para a TRIP de julho. Como gosto de dizer "o cara é bom". A TRIP usou outra foto na matéria, mas eu gosto dos dizeres da camiseta.

Wednesday, July 11, 2007

VIVA! INSTITUTO PAULO FREIRE COMPLETA SUA MIGRAÇÃO PARA GNU/LINUX

Grande notícia. O Instituto Paulo Freire completará nesta sexta a migração para Gnu/Linux.
Veja, logo abaixo, o e-mail que o Alencar do Instituto enviou para o Carlinhos Cecconi e para mim:




Boa noite Sérgio e Carlinhos!

Estaremos promovendo, nesta sexta-feira (13), das 16h às 19h, a abertura da 4ª Fase da Migração do Instituto Paulo Freire. Sistematizamos da seguinte forma:

1ª Fase: Sensibilização (com Sérgio Amadeu e Carlinhos Cecconi).
2ª Fase: Instalação do BrOffice.org junto ao MS Office com as oficinas de cada programa.
3º Fase: Retirada do pacote MS Office.
4ª Fase: Retirada do MS Windows e instalação do GNU/Linux (distribuição Kubuntu).

Na nossa programação da tarde, separamos um tempo para a fala de vocês. Gostaríamos sinceramente de contar com a vossa presença neste dia. Sabemos que está muito em cima, contudo, só soubemos
hoje com total certeza de que o evento aconteceria neste dia e neste horário. Desculpem, de todo modo, o convite em cima da hora.

Queremos mesmo que vocês curtam esse momento conosco, e conosco partilhem da alegria daquilo que vocês fizeram parte, e deram grande impulso para que se realizasse, a nossa migração para
GNU/Linux, que já se estende por quase 70% da instituição (apresentaremos os dados atuais no dia)...
Alencar

Friday, July 06, 2007

NUVENS DE CONECTIVIDADE, FONEROS E REDES LIVRES

Escrevi a matéria abaixo no último número da revista A REDE (www.arede.inf.br).

Nuvens de conectividade, foneros e redes livres.
Uma comunidade internacional para compartilhar acessos sem-fio à internet
21 de junho de 2007

O espaço de transmissão das ondas de rádio é chamado de espectro radioelétrico. Ele é dividido em faixas de freqüência. No passado não muito distante, em quase todo o mundo, as forças armadas usavam a faixa de 2,4 GHz para realizar parte de sua comunicação. Como o uso militar do espectro caminhou para freqüências mais altas, e com a disseminação da comunicação por satélite, essa faixa foi destinada para a comunicação médica. No final, a faixa acabou sem ocupação regulamentada, ou seja, tornou-se aberta ou livre. Em 1996, a IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers), que possui aproximadamente 380 mil associados de 150 países, aprovou o protocolo de comunicação 802.11b, também conhecido como protocolo do Wi-Fi (Wireless Fidelity).

O protocolo 802.11b é um documento que diz como deve ser a transmissão de informações usando as ondas radioelétricas. Uma das definições do protocolo é que os transmissores de Wi-Fi deveriam utilizar a freqüência 2,4 GHz que estava aberta. Isto permitiu que explodisse o uso da conexão ou sem-fio. Aeroportos, cafés, supermercados, livrarias e bares passaram a fornecer acesso à internet a partir dos hotspots, zona de cobertura ou espaço onde o sinal de rádio conseguia conectar os computadores e palms. No hotspot, é instalada uma antena ligada a um roteador que, em geral, está conectado com uma rede de banda larga. Essa antena é o centro do access point ou ponto de acesso. O alcance do Wi-Fi é pequeno, cerca de 50 metros, a depender da antena, mas permite conectar diversos computadores simultaneamente. Vários dispositivos são compatíveis com o Wi-Fi, tais como os PDAs e os telefones celulares. Muitas pessoas em casa possuem roteadores de wireless, permitindo que elas acessem a internet de qualquer lugar da casa. Esse avanço da comunicação sem-fio, principalmente usando as faixas não-regulamentadas do espectro entre 2.4 GHz e 5 GHz, permitiu a formação de comunidades de compartilhamento de conexão. Como assim? Isso mesmo, muita gente está usando seus roteadores para irradiar os sinais de rádio para formar uma grande nuvem de conexão. Comunidades de conectividade aberta e outras mais restritas estão surgindo e proliferando-se por todo o planeta.

Uma dessas comunidades é a dos foneros. Criada na Espanha em 2005, pelo empresário Martín Varsavsky, a empresa FON quer formar uma comunidade Wi-Fi em todo o mundo. Os foneros compartilham seu sinal de wireless com os demais membros da comunidade. Quanto mais pessoas de uma cidade integrarem a comunidade fonera, mais o sinal de Wi-Fi vai se expandido até cobrir toda a região. Assim, um fonero poderá acessar a rede de qualquer área.

O que faz um fonero? Ele instala o La Fonera em sua casa. Na verdade, La Fonera é um roteador que segue os padrões 802.11b e 802.11g, parecido com o Linksys, muito usado no Brasil. Ele joga o sinal de banda larga, obtido pelo cabo que chega até as residências, no ar. Assim as residência converte-se em um Ponto de Acesso Wi-Fi. La Fonera é um roteador social que viabiliza a conexão compartilhada de acesso à rede. Os membros da comunidade acabam podendo usar seus laptops de todo lugar, desfrutando dos pontos de acesso dos demais foneros. La Fonera permite que a página de entrada naquele ponto de acesso seja personalizada. Além disso, cada ponto de acesso é indicado no mapa do site da comunidade. Desse modo, os foneros podem ver onde conseguem pegar o sinal.


Existem três tipos de membros da comunidade FON:

1) a maioria Linus, que compartilha gratuitamente o Wi-Fi de sua casa e, portanto, obterá também o acesso gratuito em qualquer outro ponto da comunidade fonera;

2) os Aliens, que não compartilham seu Wi-Fi e pagam 3 euros pelo uso diário da rede fonera;

3) os Bills, que preferem ganhar dinheiro obtendo 50% do que pagam os Aliens para acessar a rede da comunidade, através dos pontos de acesso FON. Os Bills não podem cobrar dos Linus.

Os foneros não estão sozinhos na construção de um mundo wireless comunitário. Existem inúmeras outras comunidades, tais como a RedLibre (www.redlibre.net/) e a FreeNetworks (www.freenetworks.org/). Existem roteadores livres como os OpenWRT e DD-WRT e guias que ensinam como embarcar em roteadores proprietários as versões livre. Um bom exemplo é o wiki OpenWRT: http://wiki.openwrt.org/ .

Na cidade de Guadalajara, na Espanha — certamente o país onde a implantação de redes compartilhadas e abertas de wireless avança rapidamente — existe a rede www.guadawireless.net. É uma rede dinâmica de conexão: se você está andando com o seu laptop e muda de ponto de acesso, o seu sinal não cairá. A comunidade de Guadalajara, muito influenciada pelos membros da comunidade Debian de software livre, deixa claro que seus objetivos são solidários e não-comerciais.

Antonio Ládron de Guevara, um dos teóricos da GuadaWireless, escreveu que “o que realmente interessa nesta ação é que existe muita gente disposta a organizar, de forma altruísta, redes de computadores que ofereçam serviços de telecomunicações para outras pessoas, sem que o usuário final tenha que pagar; além disso, querem que estas redes sejam cada vez mais expandidas. Amsterdam, New York, Alemanha... e atualmente Espanha. Já começam a surgir os primeiros nós dessas redes que, pouco a pouco, irão se ampliando e oferecendo serviços cada vez mais diversos.” O compartilhamento agora avança na infra-estrutura de telecomunicações.

Wednesday, July 04, 2007

DIGA NÃO AO PADRÃO DO MONOPÓLIO! DIGA NÃO AO FORMATO MS-OFFICE COMO PADRÃO ISO.

No site da campanha contra o OOXML http://www.noooxml.org/petition-pt/ podemos assinar a petição que eu reproduzo, aqui no blog:

RAZÕES PARA VOTAR NÃO NA CONSULTA ISO DIS 29500 (formato de documento Office OpenXML ou OOXML):

1. Já existe um padrão, ISO 26300, chamado Open Document Format (ODF): um padrão duplo implicaria novos custos, incertitude e confusão para a indústria, o governo e os cidadãos;
2. Não existe nenhuma implementação de referência da especificação OOXML: Microsoft Office 2007 produz um versão especial de OOXML que não está de acordo com a especificação de OOXML proposta para ISO;
3. Falta informação no documento de especificação, por exemplo, de como implementar um “autoSpaceLikeWord95” ou um “useWord97LineBreakRules”;
4. Mais de 10% dos exemplos mencionados na especificação não são XML válido;
5. Não existe nenhuma garantia que alguém possa implementar parcial ou totalmente a especificação de OOXML sem correr o risco de que Microsoft lhe imponha multa por infração de patentes ou pagamento de licença pelo seu uso dos mesmos;
6. Esta proposta de padrão entra em conflito com outros padrões ISO, como ISO 8601 (representação de datas e tempos), ISO 639 (códigos de representação de nomes e línguas) ou ISO/IEC 10118-3 (funções de hash de criptografia);
7. Existe um erro no formato de planilha de cálculo que impede a entrada de datas anteriores a 1900: este erro data de versões obsoletas de 16 bits do programa MS-Office e persiste até as versões de hoje;
8. Esta proposta e padrão não foi criada* reunindo a experiência e melhores práticas de todas as partes interessadas (tais como produtores, distribuidores, consumidores, usuários e reguladores), e sim **pela Microsoft agindo sozinha.

Monday, July 02, 2007

O caso OOXML na ISO

Alberto Barrionuevo me enviou um documento que está circulando na Europa analisando a proposta do OOXML. Trata-se de uma primeira análise, mas ela já demonstra que o chamado padrão OOXML não é um padrão, mas uma junção de pedaços de soluções muitas vezes reunidas de modo incoerente e inconsistente. Falta traduzir ainda um terço do texto. Amanhã colocarei a parte final do documento. Podemos notar que o OOXML é um anti-padrão (com 6 mil páginas).
Acompanhe o site http://www.openxml.info/


O caso OOXML na ISO

Neste informe se discute porque o formato ISO DIS 29500, “Office Open XML” (OOXML), não cumpre com os critérios definidos pela ISO para poder converter-se em uma norma internacional. Este informe analisa uma reduzida seleção das centenas de impedimentos sérios e concretos que durante nossos estudos temos encontrado e documentado nas mais de 6000 páginas de especificação do OOXML. Por favor, solicite-nos a lista completa se for de seu interesse.


1.Critérios para a avaliação de padrões

O que é um padrão? Existem várias definições relevantes. Esta é a oficial da ISO:

“[Um] documento, estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido que estabeleça, para efeitos de um uso comum e repetitivo, normas, diretrizes ou pautas destinadas a atividades ou seus resultados, cujo objetivo seja lograr um nível ótimo de ordenamento em um contexto determinado.

NOTA. As normas devem basear-se em resultados consolidados da ciência, da tecnologia e da experiência, e seu objetivo é a promoção do benefício ótimo para a comunidade.”1

Segundo o Instituto Britânico de Padrões (BSI):

“... uma norma é uma forma acordada e reprodutível de realizar algo. É um documento publicado que contém as especificações técnicas e outros critérios precisos desenhados para utilizar-se de maneira consistente como regra, pauta ou definição. As normas ajudam a simplificar a vida e aumentar a confiabilidade e eficácia de numerosos bens e serviços que utilizamos comumente. Pretendem ser parâmetros de excelência, ou seja, um compendio de boas e melhores práticas, e não de práticas gerais. As normas surgem a partir da união da experiência e da idoneidade de todas as partes interessadas, tais como os produtores, vendedores, compradores, usuários e reguladores de um material, produto, processo ou serviço particular”.2

Segundo as diretivas do Comitê Técnico Conjunto N.º 1 (JTC1) de ISO/IEC:

“Um dos propósitos da normalização da tecnologia da informação é assegurar que os produtos disponíveis no mercado possuam características de interoperabilidade, capacidade de transferência e de adaptação cultural e lingüística. Por tanto, as normas desenvolvidas deverão refletir os requisitos com as seguintes características estratégicas comuns:

interoperabilidade,
capacidade de transferência,
capacidade de adaptação cultural e lingüística”.3

Destas e outras definições nacionais surgem temas comuns acerca do que as normas deveriam obter:

1. Definem um critério comum e preciso para realizar algo de maneira reprodutível.
2. Proporcionam um nível ótimo de ordem em um contexto dado, pretendem ser parâmetros de la excelência ao brindar os resultados consolidados da ciência, la tecnologia e da experiência, em outras palavras, é um compendio de boas e melhores práticas, e não de práticas gerais.
3. Fomentam a interoperabilidade e a capacidade de transferência.
4. Se adaptam as diferentes culturas e idiomas.

Este informe avalia o formato DIS 29500 “Office Open XML” (OOXML) mediante o contraste com cada uno destes critérios. Se expõem alguns exemplos específicos dos problemas da especificação OOXML, mas leva em conta que eles representam somente uma pequena proporção de uma grande lista de centenas de exemplos. A quantidade total de problemas sérios que tem o OOXML demonstar sua imaturidade como especificação e falta de aptidão para ser aprovado pelo modo rápido (fast-track) como uma norma ISO.


2.Preciso, reprodutível, geral

Estes critérios falam da necessidade da norma proporcionar uma descrição detalhada e por escrito que permita a prática generalizada da tecnologia em questão.

Em primeiro lugar, a parte de WordProcessingML de OOXML enumera uma grande quantidade de “Configurações de compatibilidade”4 que proporcionam a Microsoft a capacidad de armazenar informação relacionada com determinados funcionamentos a partir de aplicações existentes. Estas configurações têm nomes como: “footnoteLayoutLikeWW8”, “autoSpaceLikeWord95” e “useWord97LineBreakRules.”5 Entretanto, a especificação OOXML somente enumera estas configurações. Não proporciona uma definição delas. Somente a Microsoft conhece o significado destas configurações, já que não esclarece a definição precisa das mesmas. Em troca, OOXML remete ao leitor para as aplicações de softwares existentes:

“Para reproduzir fielmente este comportamento, as aplicações devem imitar o comportamento da dita aplicação, que incluí muitos funcionamentos possíveis e não podem ser descritos fielmente na seção desta norma Office Open XML. Se é desejado compatibilizar as aplicações com este comportamento, deve-se utilizar e duplicar o resultado das ditas aplicações”.

Esta passagem reflete claramente a falta de precisão e certamente não facilita a prática repetível ou generalizada destas funções. Uma aplicação que queira implementar OOXML, ao ler aquele trecho do presente documento que utilize estes atributos, não será capaz de interpreta-los corretamente nem de representar a página de maneira fiel e precisa. Além disso, devido ao fato destes atributos aparecerem como uma mera enumeração sem definição, a possibilidade de por em prática o benefício de ser “completamente compatível com os grandes investimentos existentes nos documentos de Microsoft Office”6 (o objetivo do OOXML segundo seus criadores) fica, consequentemente, reservado somente para a Microsoft. O padrão OOXML não facilita a prática repetível ou generalizada do benefício.

Em segundo lugar, a parte de WordProcessingML de OOXML enumera uma grande quantidade de estilos de listas que representam diversos sistemas de escrita, idioma e convenções comerciais.7 Estes denominam-se com nomes como “chicago”, “ideographDigital”, “ideographLegalTraditional”, “koreanDigital2” e “koreanLegal”. Estes são meras etiquetas e, novamente, não são definidos de maneira precisa. Se é claro para os futuros implementadores da especificação OOXML que existe algo denominado “Korean Legal Numbering”, não é claro o seu significado, assim não será possível coloca-lo em uma aplicação.

Por exemplo, um futuro implementador de OOXML na Coréia ficaria perplexo diante de um estilo de numeração que somente afirma: “...a sequência deverá consistir em caracteres definidos segundo o Manual de estilo de Chicago” sem especificar a edição do manual (existem 15 edições do Manual de estilo de Chicago) ou uma página de referência. A especificação OOXML não proporciona de nenhuma maneira o uso repetível e generalizado destas funções.

Terceiro, a parte de The SpreadsheetML de OOXML descreve um atributo de “securityDescriptor” que, de acordo com a especificação:8

“…define a quantidade de usuários que podem editar este campo sem ter que inserir uma senha para acessar o campo. Ao suprimir este atributo, se suprimirão todas as permissões outorgadas ou negadas aos usuários deste campo”.

Esta é uma característica importante relacionada com a segurança que diz que o usuário poderá editar um campo em uma planilha de cálculo sem necessidade de uma senha. Um futuro programador que implementar esta característica necessitaria saber como se representam estas contas de usuário no documento. Estão delimitadas por vírgulas? Estão delimitadas por ponto e vírgula? Estão delimitadas por espaços? OOXML não proporciona estes detalhes (ainda que dê a entender que permite mais de um nome). Ademais, não existe um conceito universal de identidade digital. Todos contamos com múltiplas contas de usuário para o correio eletrônico, para bases de dados, para o acesso ao computador, para registros de domínio, para protocolos de acesso a diretórios (LDAP), etc. A qual senha o protocolo se refere neste caso? Esta função precisa de uma definição apropriada que permita a interoperabilidade, que, por fim, é o que gerará o uso reprodutível e generalizado.

Em resumo, muitas áreas do OOXML não estão definidas ou estão parcialmente definidas. Apesar da especificação proporcionar um marco excelente para que Microsoft represente ali seus próprios documentos, esta capacidade não se traduz na possibilidade de acesso eqüitativo para que outros obtenham estes mesmos benefícios. A pergunta que se deve formular é: “OOXML define o formato de um documento de maneira suficientemente precisa para permitir a prática repetível e generalizada dos benefícios pretendidos?” Os três exemplos anteriores, junto com muitos outros, demonstram que OOXML não satisfaz o critério exposto. Sua falta de maturidade como norma se reflete também na falta de aplicações que implementem toda sua funcionalidade em uma breve revisão técnica prévia. Estes fatores o tornam inapropriado para que se possa analisado pela via rápida (fast-track), suas gritantes deficiências não permitem que seja certificado como uma norma internacional.


3.Parâmetro de excelência, melhores práticas consolidadas


Uma norma ISO não devería ser somente o registro minucioso e detalhado das características operativas de um produto particular de uma empresa, sem se importar com quanto tão dominante seja a empresa em um campo determinado. Das definições citadas anteriormente, proporcionadas pela ISO e outros, uma norma internacional deveria representar os “resultados consolidados da ciência, tecnologia e da indústria”. Uma norma deveria representar os “parâmetros de la excelência”. Em outras palavras, deveria fazer mais do que somente mostrar a forma que um único provedor realiza uma determinada tarefa. Deveria tentar proporcionar um “compendio de boas e melhores práticas” sobre a base de consenso e da opinião de especialistas. Deveria proporcionar conhecimentos sobre as melhores práticas para possibilitar a prática reprodutível e generalizada de uma tecnologia determinada.

A indústria registra suas melhores práticas através da normalização. O corpo existente de padrões de documentos e marcações representam um compendio das melhores práticas que se tenham revisado, aprovado e implementado. O trabalho do Consórcio Word Wide Web (W3C)9 adquiriu especial relevância para os documentos de formato XML, já que mantém o padrão básico XML e também outros padrões relacionados como XHTML, CSS2, XSL, XPath, XForms, SVG, MathML y SOAP, os padrões que representam a estrutura principal de XML e tecnologias afins.

Todavia, OOXML incorpora pouco das melhores práticas consolidadas da indústria. E ainda pior, pedem que os potenciais implementadores de OOXML utilizem formatos obsoletos que são propriedade exclusiva da Microsoft, inclusive quando existem normas muito melhores e mais relevantes disponíveis no Consórcio W3C.

Por exemplo, a Microsoft desenvolveu a linguagem de marcação de vetores (VML) e a propôs ao Consórcio W3C. Um comitê técnico a avaliou e a reprovou em 1998. Em seu lugar, a indústria optou por apoiar a linguagem para gráficos vetoriais escaláveis (SVG) que posteriormente o Consórcio W3C aprovou como norma e a adotou amplamente. SVG tem sido o padrão para os gráficos vetoriais XML durante quase uma década. Mas OOXML utiliza VML sob direitos de propriedade, porque Microsoft integrou seu VML com direitos de propriedade exclusivos em sua aplicação Internet Explorer e Office 2000, ao invés de adotar a norma SVG.

Além disso, a própria Microsoft reconheceu que VML não é a norma adequada para representar gráficos vetoriais:

“O formato VML é um formato obsoleto introduzido originalmente com Office 2000. Foi incluído e definido exclusivamente por razão de compatibilidade com produtos anteriores. O formato DrawingML é um formato mais recente e completo, criado com o objetivo de substituir progressivamente todos os usos de VML em formatos Office Open XML. VML deve ser considerado como um formato não aprovado que foi incluído no Office Open XML exclusivamente pela razão de compatibilidade com formatos obsoletos e se recomenda que as aplicaciones novas que precisem um formato de arquivo para gráficos utilizem preferencialmente DrawingML”.10

Em lugar de utilizar o padrão vigente SVG, Microsoft OOXML incluiu dois tipos de linguagens de marcação diferentes para gráficos vetoriais, uma que o Consórcio W3C rejeitou, em 1998, e outro que Microsoft desenvolveu em solitário por sua conta e risco. A quantidade de esforço extra que isto origina para todos aqueles que desejem implementar OOXML é imensa. Os implementadores deberão compatibilizar dois tipos diferentes de marcações para a mesma função (sem que nenhuma delas seja o padrão) e ainda que isto não assegure nenhum benefício adicional aos usuários. Somente a Microsoft será beneficiada, já que essa empresa conta desde muito tempo com o suporte para VML no Office.

Ademais, ao contrário do que no caso dos textos, é pouco provável que os conversores de formato de documentos possam trabalhar perfeitamente os gráficos vetoriais. Por tanto, a proliferação de normas redundantes para gráficos vetoriais, dois dos quais estão inclusos no OOXML, ocasionarão importantes problemas de fidelidade na hora da conversão entre formatos.

Isto é verdadeiramente um parâmetro de excelência? Certamente equivalerá ao fomento das melhores práticas? Muito ao contrário: foram adicionadas 600 páginas de requisitos para VML na especificação do OOXML que não acrescentam nenhum valor a ninguém, exceto à Microsoft, que de fato resultará em mais trabalho e complicações para aqueles que querem implementar o OOXML.

Como segundo exemplo, temos o modo como se definem as datas nas folhas de cálculo, onde se estabelece os seguintes requisitos:

“Por razão de compatibilidade com formatos antigos, uma aplicação que utilize o sistema de base de dados com data de 1900 deverá considerar o 1900 como ano bisexto… Como consequência disto, para as datas entre 1 de janeiro e 28 de fevereiro, o DIA DE SEMANA mostrará um número imediatamente anterior ao dia correto, então, a data (inexistente) de 29 de fevereiro pertence ao dia da semana que segue imediatamente ao da data de 28 de fevereiro e que precede imediatamente ao dia 1 de março.”11

Em outras palavras, o calendário gregoriano, esse calendário em que se baseia todo o comércio, a ciência e os governos de todo o mundo, é deixado de lado devido as “razões de compatibilidade”. O resultado é que todo futuro implementador de OOXML ficará obrigado a fazer com que sua aplicação proporcione aos usuários respostas errôneas a simples perguntas como “em que dia da semana caiu o 1 de fevereiro de 1900?”. Isso é necessário no chamado padrão OOXML, exatamente para interpretar corretamente os documentos que foram criados com ferramentas da Microsoft. Isto irá ocasionar um grande problema na hora de executar algo tão habitual como inter-cambiar dados entre folhas de cálculo e bases de dados relacionais através do padrão SQL. Um padrão deve no mínimo exigir que seja utilizado o calendário gregoriano.12

Como terceiro exemplo, note que o OOXML define um novo tipo de cadeia de caracteres denominado “Basic String” como “uma variante do tipo de cadeia de caracteres binária básica”.13 Uma das propriedades desta nova cadeia de caracteres é a que permite a codificação especial de caracteres que não sejam XML (caracteres de controle). Todavia, a presença de caracteres que não sejam XML em um documento XML impedem a interoperabilidade entre ferramentas XML e ferramentas baseadas neste formato. A Atividade de internacionalização do Consórcio W3C confirma esta interpretação afirmando que:

“Os códigos de controle devem ser substituídos pela marcação apropriada. Dado que XML proporciona um modo padronizado de codificar dados estruturados, ao representar códigos de controle que não se ajustem as marcações teríamos anuladas as vantagens reais da utilização de XML. Nunca se recomenda a utilização de códigos de controle em HTML e XHTML, já que estas linguagens de marcação servem para representar textos e não dados”.14

Quarto, em diferentes pontos15 OOXML utiliza “máscaras de bits” para codificar valores booleanos (que representam a lógica binária de verdadeiro/falso) em um único tipo de dado inteiro. Apesar disto ter sido muito comum há 20 anos quando se programava em C em condições de memória restrita, se considera um estilo muito deficiente para o ambiente XML. Dificulta o processamento mediante ferramentas padrão XML como XSLT, já que estas ferramentas carecem de operações em nível de bits que sejam necessárias para processar de maneira eficiente esses dados em nível de bits.

Quinto, OOXML não somente deixa de proporcionar a consolidação das melhores práticas da ciência, da indústria e do cotidiano, bem como tão pouco proporciona a consolidação das melhores práticas da própria Microsoft. O OOXML recomenda que os ajustes de impressão (quantidade de páginas para imprimir, quais páginas serão impressas, orientações sobre as mesmas, qualidade de impressão, etc.) se armazenem com um formato binário específico da sua plataforma. Por exemplo, para Windows, a orientação é armazenar no que se denomina estrutura “DEVMODE”16 Ao fazê-lo dessa maneira, os ajustes de impressão se tornariam dependentes de cada plataforma, o que impede a interoperabilidade. O que mais chama a atenção na nova especificação é que a chamada “XML Paper Specification” (XPS) da Microsoft oferece um elemento “PrintTicket” sobre o qual a Microsoft afirma:

“A tecnologia ‘PrintTicket’ é a sucessora da atual estrutura DEVMODE. Se trata de um documento sobre a base de uma linguagem de marcação extensível (XML) que especifica e mantém a informação do formato de trabalho e da configuração de trabalho de impressão… En relação ao atual subsistema de impressão, a tecnologia “PrintTicket” oferece a todos os componentes e clientes do subsistema de impressão o acesso transparente a informação armazenada atualmente nas partes públicas e privadas da estrutura DEVMODE, mediante a utilização de um formato XML bem definido.”17

Por que o OOXML adota ajustes de impressão de menor qualidade, binários, difíceis de transportar e dependentes de una plataforma e aplicação concretas, indo contra a prática recomendada pela própria Microsoft que é mudar para um “formato XML bem definido”?

Como sexto exemplo, note que o OOXML define vários algoritmos criptográficos18 que não são padronizados. Em lugar de utilizar um algoritmo ISO/IEC 10118-3:2004, ou um que esteja aprovado pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) dos EUA, ou esteja em uma lista de algoritmos aprovados segundo FIPS-180 (Padrões Federais de Processamento da Informação, dos EUA)19, (existem vários que estão em ambas listas, como SHA-256), o OOXML especifica um algoritmo hash obsoleto. Supomos que seja utilizado em versões anteriores do Microsoft Office. Isto equivale a oferecer o conhecimento consolidado sobre as melhores práticas da ciência, da industria e do cotidiano? Pelo contrário, a Microsoft nem sequer recomenda a utilização destes algoritmos. Em troca, proporciona sistemas de proteção do tipo DRM (gestão de direitos digitais) no Office 2007 como extensões não documentadas do OOXML. Como este DRM não está documentado, nenhum outro provedor poderá utilizar essas funções livremente. Os documentos codificados no Office 2007 não podem ser lidos em nenhuma outra aplicação. Pelo contrário, os futuros implementadores do OOXML somente contam com uma compatibilidade de segurança obsoleta, que nem sequer cumpre com o padrão estabelecido no FIPS-180. Novamente, a Microsoft reserva as melhores práticas para si e impede a especificação do OOXML conte com uma segurança mais sólida.


Em resumo, o OOXML é simplesmente uma porta aberta que nos conduz a formatos binários de documentos exclusivos de um único fornecedor. O fato de evitar utilizar as normas internacionais vigentes relevantes para o caso, assim como o uso inconsistente das tecnologias de propriedade exclusiva da Microsoft, põe em evidência que OOXML não representa os resultados consolidados da ciência, da indústria, nem da experiência. Não reflete um parâmetro de excelência. Apesar de que pode prover-nos com uma técnica para ler dados codificados em um formato de um único fornecedor determinado, isso o posiciona, no melhor dos casos, somente como uma especificação técnica. Uma vez que não representa as melhores práticas consolidadas na indústria, característica essencial de uma norma ISO, a especificação OOXML não deve ser aprovada como norma internacional.

Sunday, July 01, 2007

ALGUNS FATOS HISTÓRICOS E OS RISCOS DE UM PADRÃO COM COMPONENTES FECHADOS E PATENTEADOS

Tenho recebido várias contribuições sobre o debate dos padrões. Várias pessoas têm argumentado sobre os perigos para a sociedade dos controles exercidos por monopólios. Concordo plenamente que os monopólios na área das tecnologias da inteligência colocam em risco a inovação e a criatividade. Três fatos precisam ser relembrados:


1) A microsoft foi condenada em seu próprio país por práticas monopolistas. Seu navegador não era melhor que o Netscape. Todavia, como tinha seu sistema operacional presente em mais de 90% dos computadores, utilizou este fato para destruir o seu concorrente. Este foi um dos motivos da sua condenação, cuja pena foi amenizada devido a pressão exercida pelo então recém instalado governo de G.W. Bush.

2) Foi o hardware aberto da IBM que viabilizou o monopólio do sistema operacional proprietário. O fato da IBM lançar um hardware cuja arquitetura não era patenteada permitiu que todos pudessem utilizá-la livremente. Quem relata este fato com clareza é Bill Gates, no seu livro A Estrada do Futuro:

"A IBM queria lançar seu microcomputador no mercado em menos de um ano. Para poder cumprir esse cronograma, teria que abandonar o esquema tradicional, que consistia em fabricar todo o hardware e software ela mesma. De modo que a IBM decidiu construir seu PC com componentes já prontos, ao alcance de qualquer um. Isso levou a uma plataforma fundamentalmente aberta, fácil de ser copiada." (GATES, 1995, p. 68)

"Embora geralmente construísse seus próprios microprocessadores, a IBM decidiu comprar da Intel os microprocessadores para seu PC. Para a Microsoft, foi importante a IBM ter decidido não criar seu próprio software e licenciar o nosso sistema operacional." (GATES, 1995, p. 68)

"Com sua reputação, aliada à decisão de usar um projeto aberto que outras empresas poderiam copiar, a IBM tinha realmente chance de criar um padrão novo e abrangente de computador pessoal. Nós queríamos participar. Aceitamos, portanto, o desafio de escrever o sistema operacional. Adquirimos um trabalho anterior, desenvolvido numa empresa também de Seattle, e contratamos seu engenheiro-chefe, Tim Paterson. Com inúmeras modificações, o sistema transformou-se no Sistema Operacional de Disco da Microsoft, o MS-DOS. Tim tornou-se, na verdade, o pai do MS-DOS. A IBM, nosso primeiro licenciado, batizou sua versão de PC-DOS; as letras PC são as iniciais de personal computer, computador pessoal." (GATES, 1995, p. 69).




3) Recentemente, o diretor de patentes da microsoft Horacio Gutierrez acusou vários softwares livres de violarem 235 patentes de sua propriedade. Ao mesmo tempo, a m$ quer que o mundo aceite um padrão repleto de elementos patenteados por ela. O Open XML tem mais de 6 mil páginas. Quem garante que nelas não existirão componentes patenteados? Toda vez que aplicarmos o padrão em produtos que não forem da m$ poderemos ser ameaçados. Que padrão é este que somente da segurança jurídica para uma única empresa? Utilizar padrões com componentes fechados é aceitar viver sob a constante ameaça de retaliações judiciais. Padrões visam estimular a concorrência e a interoperabilidade entre produtos. Nesse sentido, o padrão Open XML é um anti-padrão.