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Tuesday, February 17, 2009

SEMINÁRIO INTERNACIONAL "INFORMAÇÃO, PODER E POLÍTICA": ABERTAS AS INSCRIÇÕES


O Seminário Internacional "Informação, poder e política: novas mediações tecnológicas e institucionais" irá reunir expoentes do pensamento crítico, do país e do exterior, para discutir o cenário global emergente de informação, diante das transformações tecnológicas e da emergência de novas institucionalidades, práticas e movimentos sociais, bem como as perspectivas e estratégias dos países em desenvolvimento nesse cenário.

O evento será realizado nos dias 15 a 17 de abril de 2009, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma realização conjunta, envolvendo o Liinc - Laboratório Interdisciplinar sobre Informação e Conhecimento (IBICT-UFRJ), o Cenancin - Centro de Altos Estudos em Ciência da Informação e Inovação (IBICT), o Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação (UFRJ-IBICT) e o Programa de Pós Graduação em Comunicação e Saúde do ICICT/Fiocruz.

As inscrições são gratuitas, com número limitado de vagas. Confira a programação e demais informações no endereço: http://www.liinc.ufrj.br/seminario/index.html .

VEJA A PROGRAMAÇÃO:


15/04 - 4ª feira / 04/15 - Wednesday


14h - INSCRIÇÕES / REGISTRATION

16h – SESSÃO DE ABERTURA / OPENING SESSION

Coordenadora / Chair: Célia Ribeiro Zaher, IBICT
Aloísio Teixeira, UFRJ
Paulo Gadelha, FIOCRUZ
Emir Suaiden, IBICT

16h30 - CONFERÊNCIA INAUGURAL / KEYNOTE SPEECH

O REGIME GLOBAL EMERGENTE DE INFORMAÇÃO
THE EMERGING GLOBAL INFORMATION REGIME

Sandra Braman, University of Wisconsin-Milwaukee, EUA

17h30 – COQUETEL DE BOAS VINDAS / WELCOME COCKTAIL PARTY


16/04 - 5ª feira / 04/16 - Thursday


9h – 12h - PAINEL 1 / SESSION 1

INFORMAÇÃO E A RECONFIGURAÇÃO GEOPOLÍTICA E GEOECONÔMICA MUNDIAL
INFORMATION AND THE RECONFIGURATION OF GEOPOLITICS AND GEOECONOMICS

Coordenador-Relator / Chair-Rapporteur: Sarita Albagli, IBICT

Palestrantes / Speakers:
Gilberto Dupas, USP
Dan Schiller, University of Illinois, EUA
César Bolaño, UFS

Debatedor / Discussant: Marcos Dantas, PUC-RJ

12h – 13h30 – ALMOÇO / LUNCH

13h30 – 15h30 - PAINEL 2 / SESSION 2

O CAMPO DE FORÇAS INFORMACIONAL E AS NOVAS RELAÇÕES DE PODER:
ATORES, ESPAÇOS E GOVERNANÇA
THE INFORMATIONAL FIELD OF POWER: ACTORS, SPACES, AND GOVERNANCE

Coordenadora-Relatora / Chair-Rapporteur: Ingrid Sarti, UFRJ

Palestrantes / Speakers:
Richard Barbrook, University of Westminster, Reino Unido
Geert Lovink, Hogeschool van Amsterdam, Holanda

Debatedora / Discussant: Sandra Braman, University of Wisconsin-Milwaukee, EUA

15h30– 15h45 – CAFÉ / COFFEE-BREAK

15h45 – 17h45 - PAINEL 3 / SESSION 3

INFORMAÇÃO, CIDADANIA E DEMOCRACIA
INFORMATION, CITIZENSHIP, AND DEMOCRACY

Coordenadora-Relatora / Chair-Rapporteur: Fernanda Sobral, UnB

Palestrantes / Speakers:
Giuseppe Cocco, UFRJ
Jonatas Ferreira, UFPE

Debatedor / Discussant: Bernardo Sorj, UFRJ


17/04 - 6ª feira / 04/17 - Friday


9h – 12h - PAINEL 4 / SESSION 4

PUBLICIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO: DIALÉTICAS CONTEMPORÂNEAS
PRIVATIZING AND PUBLICIZING INFORMATION: CONTEMPORARY DIALECTICS

Coordenador/Relator / Chair-Rapporteur: Clóvis Lima, UFS

Palestrantes / Speakers:

Ronaldo Lemos, FGV-RJ
Alain Herscovici, UFES
Sérgio Amadeu da Silveira, Faculdade Cásper Líbero

Debatedor / Discussant: Ronaldo Fiani, UFRJ

12h – 13h30– ALMOÇO / LUNCH

13h30 – 15h30 – PAINEL 5 / SESSION 5

INFORMAÇÃO, PODER E POLÍTICA: NOVAS QUESTÕES, NOVOS OLHARES
INFORMATION, POWER, AND POLITICS: NEW ISSUES, NEW APPROACHES

Coordenadora/Relatora / Chair-Rapporteur: Maria Lucia Maciel, UFRJ

Palestrantes / Speakers:
Yann-Moulier Boutang, Université de Technologie de Compiègne, França
Maria Nélida González de Gómez, IBICT
Debatedor / Discussant: Ivan da Costa da Marques, UFRJ

15h30 – 15h45 - CAFÉ / COFFEE-BREAK

15h45 – 17h45 - SÍNTESE, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
SUMMARY, CONCLUSIONS, AND RECOMENDATIONS

Coordenador / Chair: Ilma Maria Horsth Noronha, ICICT, Fiocruz

Participantes / Participants:
Coordenadores-Relatores dos Painéis / Chairs-Rapporteurs:

Sarita Albagli, IBICT
Ingrid Sarti, UFRJ
Fernanda Sobral, UnB
Clóvis Lima, UFS
Maria Lucia Maciel, UFRJ

18h – ENCERRAMENTO / CLOSING SESSION

Célia Ribeiro Zaher, IBICT

Friday, October 10, 2008

A CRISE ATUAL É UMA CRISE DA VIRTUALIZAÇÃO EXCESSIVA DO CAPITALISMO FINANCEIRO


A crise financeira atual é também uma crise da virtualidade.
O termo virtual passou a visitar as páginas de tecnologia e a identificar os processos comunicacionais que ocorrem no ciberespaço. Seguindo Deleuze, Pierre Lévy insistia: o virtual não está contraposto ao real. Mas, parte da imprensa insistia em chamar a virtualidade de irrealidade. Uma pena. Um erro. O virtual é uma das mais antigas expressões da nossa realidade. A história do processo econômico é a história da crescente virtualização.

A moeda é a riqueza virtualizada. Há muito temos a prática social de encontrarmos equivalentes de troca que expressam os produtos em potência. Reis trocaram vastas extensões de terras e mercadorias por um monte de moedas de ouro. Mas o ouro não é nada mais do que algo que sintetiza a riqueza.

O papel moeda é a virtualização da moeda de metal e chegamos a um estágio tal que o dinheiro representa uma parte bem pequena dos meios de pagamento que usamos em nossas sociedades. A moeda é fundamentalmente escritural e, atualmente, existe e é trocada em formato digital. A maior parte das pessoas de classe média retiram menos de 20% do que ganham em papel-moeda. Elas fazem pagamentos e compras transferindo moeda escritural em formato eletrônico, em bits.

No dia-a-dia as pessoas acabam perdendo as dimensões do processo virtualizante que as redes comunicacionais superdimensionam. Trata-se do fetichismo pós-moderno da mercadoria, que Marx já alertava de modo perspicaz no século XIX. As coisas parecem ser naturais, o dinheiro parece possuir de fato a riqueza. O cotidiano do sistema nos faz esquecer que boa parte do que consideramos de grande valor econômico nada mais é que resultado de um contrato social. Mas todo o contrato social virtualiza-se e apresenta-se como natural, quase como divino, do contrário torna-se frágil. É preciso acreditar que ele existe independente da sociedade. Que ele é técnico, é preciso, é como uma das leis da física.

O capitalismo financeiro hiperdimensionou os processos de virtualização da Economia. Com redes informacionais recobrindo o planeta, os capitais puderam alavancar a riqueza a partir da virtualização dos títulos e dos papéis que representam investimentos. Tudo parecia bem sólido. Era até que o danado e imbecil do Bush acreditando nas suas próprias palavras permitiu que uma grande instituição quebrasse sem socorro. Sim, o capitalismo que se auto-regula é um mito. Sempre foi. A mão invisível novamente não foi vista para solucionar mais uma crise sistêmica. Sabe por que? Porque invisível é boa parte da riqueza que foi gerada como promessa de pagamento futuro.

O pagamento não ocorreu. Os compradores não apareceram e os que apareceram disseram que não iriam pagar do jeito que havia sido projetado. Assim, as pessoas redescobrem que o que denominamos riqueza são contratos, virtualização de acordos e de compromissos sobre trabalho, serviços e produtos, materiais e imateriais. Muitos desses contratos são realizados no Mercado de Futuros e nada mais são do que apostas em algo que pode ou não acontecer. São jogos. O capitalismo tornou-se um ludocapitalismo.

Como não existe capitalismo sem crédito, é impossível pensar um capitalismo nào-virtual, pois ele é insustentável sem instigar o consumo crescente (tenho pena das pessoas que são capitalistas anti-consumistas, trata-se de uma contradição em termos), o que exige um sistema de crédito permanente, seja para produzir, seja para adquirir.

Por que essa crise é especialmente grave? Porque fulminou o sistema de crédito. Ela será paga pelo povo. Sim, pela plebe rude do sistema. Pela intervenção do Estado na economia. Pelo Fundo Público que não deve salvar os aposentados morrendo a mingua, nem as famílias de classe média norte-americana que terão suas casas tomadas por não conseguirem pagar as suas hipotecas. O capital brada: é preciso salvar os bancos, o sistema. Que se dane os pobres, o meio ambiente. Imprimir dinheiro somente para salvar os bancos e as instituições financeiras. Elas precisam dormir tranquilas. Só assim o mundo acordará feliz e calmo.

Interessante: no meio dessa mega crise finaceira que nada mais é que uma crise da virtualização excessiva do sistema, vejo a Amazônia ter a área de 756,7 km², equivalente a metade do Município de São Paulo, devastada em um único mês. Esse fato não gerou pânico, não provocou nem mesmo uma reunião estraordinária de Ministros... pena que não será possível virtualizar a Amazônia nem recomprar o que foi destruido em uma operação no mercado de futuros...

Estranho, muito estranho esse ludocapitalismo...

Monday, June 25, 2007

QUEM GANHA COM PADRÕES ABERTOS

Este artigo foi publicado no jornal Gazeta Mercantil, página 3, de segunda-feira, dia 25 de junho de 2007. Defende que padrões fechados e baseados em patentes são nocivos aos consumidores e à inovação.


QUEM GANHA COM PADRÕES ABERTOS
Sérgio Amadeu da Silveira

Padrões são fundamentais na vida social e econômica. Parafusos, lâmpadas, fios, tubos, torneiras, entre tantos outros exemplos, seguem padrões. A sociedade da informação talvez seja ainda mais dependente de padrões. A própria Internet segue um conjunto de padrões, consolidados em protocolos de comunicação. Tais protocolos contém regras de comunicação que permitem o entendimento entre redes privadas bem diferentes.

Quando padronizamos um produto, em geral, estamos beneficiando a sociedade. Primeiro, passamos a definir a qualidade mínima e os elementos essenciais que um determinado produto deve possuir. Segundo, um padrão permite que exista concorrência entre várias empresas que podem produzir ou prestar serviços respeitando determinações de qualidade e garantindo a compatibilidade de produtos feitos por diferentes companhias.

A teoria econômica permite-nos compreender que existem padrões de fato e de direito. Em muitos segmentos econômicos, os monopólios acabam impondo seus produtos e eles se tornam verdadeiros padrões do mercado. Em outros casos, concorrentes se unem para definir normas para a produção ou desenvolvimento de determinados produtos e serviços. Neste caso temos um padrão de direito. Em muitos casos, os Governos acabam definindo normas para realizar suas compras que acabam induzindo as empresas a assumirem estas exigências como um padrão a ser seguido.

Os economistas Carl Shapiro e Hal Varian, no livro A Economia da Informação, deixam claro que muitas vezes o futuro do mercado e a sobrevivência das empresas dependem dos padrões adotados. Isto levou-os a estudar o que eles denominaram de guerra dos padrões, ou seja, principalmente na economia de redes, as empresas tentam impor o formato, o modelo e as características de seus produtos como a regra básica daquele segmento. É muito conhecida a história das bitolas das estradas de ferro no final do século XIX. Dependendo da largura da bitola adotada você beneficiaria determinadas redes em detrimento de outras e prejudicaria fabricantes que faziam vagões para a bitola que não fosse considerada “fora do padrão”.

Nesse sentido, padrões não são neutros. Sua definição pode permitir a ampliação da competição ou pode reforçar os monopólios, pode ajudar a reduzir as barreiras de entrada no mercado ou aumenta-las, pode incentivar ou bloquear o ritmo das inovações e invenções. É possível obter qualidade técnica com padrões abertos e fechados, ou seja, padrões que são controlados por uma única empresa ou por um grupo fechado de empresas. Todavia, padrões fechados são anti-concorrenciais e tendem a elevar os custos econômicos para os seus consumidores.

O economistas Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia em 2001, e Jason Furman, professor de Economia da Yale University, escreveram no final de 2002, um texto advogando que o monopólio diminui o ritmo das inovações de quatro maneiras. A primeira é a do aumento dos custos da inovação, causada pelo poder monopolista, uma vez que a principal matéria-prima das inovações são os conhecimentos sobre as inovações anteriores, o monopólio consegue bloquear o livre fluxo dos saberes. “E quando se aumenta o custo de um insumo numa atividade, o nível desta atividade cai.”

A segunda está ligada as barreiras de entrada em um campo de negócios. Com a sua elevação os incentivos para inovar diminuem. Além disso, os economistas perceberam que em casos extremos, “se um monopólio se assegurar de que não há ameaça de competição, ele não investirá em inovações.” A terceira maneira está vinculada a idéia de que o monopólio busca impedir a interoperabilidade real de seus produtos com outros possíveis concorrentes. Assim, sua tendência é a de tentar matar toda a inovação fora do seu controle e que seja considerada perigosa a manutenção de seu monopólio. A quarta se relaciona com os incentivos que um monopólio tem para inovar. “Como o monopolista produz menos que o socialmente ótimo, as economias com uma redução no custo de produção são menores do que num mercado competitivo. Também os incentivos para um monopolista patrocinar pesquisas não as levarão ao nível socialmente eficiente. Preferencialmente sua preocupação é inovar apenas no ritmo necessário para afastar a competição, um ritmo marcadamente menor que o socialmente ótimo.”

Por essas razões, se pudermos optar entre um padrão aberto e fechado, devemos obviamente escolher o padrão que melhor garanta a concorrência e a competição. Padrões compostos de elementos patenteados e controlados por um único fornecedor devem ser evitados. Quem se beneficia de padrões abertos? Os consumidores que poderão ter vários fornecedores competindo. Sabemos que quando existe a competição, os preços tendem a ser menores e a qualidade maior. Por isso, os organismos de padronização devem ter todo o rigor para analisar propostas de padrões que trazem definições e modelos que estão sob o controle de monopólios. Padrões devem ser públicos e abertos, devem incentivar a criatividade e a concorrência, isto beneficiará os consumidores. Como alegam os professores Stiglitz e Furman, “a monopolização não ameaça os consumidores apenas pelo aumento dos preços e pela redução da produção, mas também reduz a inovação no longo prazo.”