Wednesday, April 11, 2007

DINHEIRO DA FAPESP PARA A M$? ...MAS ELES PRECISAM DE DINHEIRO?

Lamentável. A Fapesp caiu no conto da microsoft. Eles montaram um instituto chamado Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI. Dinheiro do contribuinte paulista será aplicado não para o desenvolvimento de tecnologias abertas e não-proprietárias (o que poderia justificar o investimento), mas para ampliar a capacidade de aprisionamento do monopólio mundial de software para desktop. Um absurso!
Em uma nota enviada para a imprensa, os organizadores afirmam que "O convênio prevê o investimento inicial de US$ 800 mil, sendo US$ 250 mil de cada instituição no primeiro ano e US$ 150 mil de cada uma no segundo."
Depois de ter retirado tantos royalties do Brasil, a microsoft deveria montar seus institutos sem açambarcar verbas públicas. Verbas públicas deveriam ir para emprenendedores barsieliros. Ou será que a "pequena microsfot precisa de uma ajudazinha do fundo de pesquisa do Estado de São Paulo para montar alguma coisa"? Depois não faltarão recursos para montar laboratórios nas universidades públicas? Ah! Aí é que entra a microsoft... ela irá usar o centro de pesquisa para financiar estas atividades nas universidades de nosso estado. Obviamente, nossa liberdade de pesquisa nào será comprometida nem um pouco pela empresa monopolista. Qualquer professor receberá dinheiro desse instituto e da Fapesp para pesquisar tecnologias abertas, para desenvolver projetos de software livre ou de soluções proprietárias dos concorrentes da microsoft. Afinal, eles nunca foram acusados de práticas monopolistas... exceto em um processo nos Estados Unidos (foram condenados).
Bom, de todo modo teremos que pensar em montar um instituto de tecnologia aberta e vamos ver quanto a Fapesp vai dispor para ele.


Leia a matéria divulgada pela agência da Fapesp:

Agência FAPESP – A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Microsoft lançaram nesta terça-feira (10/4) o Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI, resultado de convênio assinado pelas instituições. A primeira chamada de propostas associada ao convênio também foi publicada.

O Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI é uma iniciativa pioneira no Brasil que associa os setores público e privado de modo a estimular a geração e a aplicação de conhecimento em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

O objetivo é formar uma rede de pesquisadores capazes de criar novos conhecimentos que contribuam para expandir as capacidades da tecnologia de computação para atender mais e melhor os desafios sociais e econômicos de comunidades desfavorecidas, rurais e urbanas.

Os principais temas de interesse do Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI são o desenvolvimento de conhecimentos aplicáveis à diversidade e heterogeneidade dos possíveis usuários, com impactos em governo eletrônico, saúde, educação continuada e plataformas que permitam a integração de ferramentas de comunicação ao aprendizado eletrônico.

"É importante destacar a vocação social dessa parceria, que representa um primeiro passo no sentido de consolidar condições para a conquista de objetivos maiores para a ciência, a tecnologia e o desenvolvimento do país", disse Carlos Vogt, presidente da FAPESP.

O convênio prevê o investimento inicial de US$ 800 mil, sendo US$ 250 mil de cada instituição no primeiro ano e US$ 150 mil de cada uma no segundo.

"A parceria com a FAPESP representa um compromisso importante com universidades e centros de pesquisa brasileiros e reforça o comprometimento da Microsoft com a educação em todos os níveis. Trata-se de uma excelente oportunidade para fomentar pesquisas que resultem em grande importância para a sociedade", disse Henrique Malvar, diretor-geral da Microsoft Research.

Nascido no Rio de Janeiro, Malvar foi professor da Universidade de Brasília, onde fundou, em 1987, o Grupo de Processamento Digital de Sinais do Departamento de Engenharia Elétrica. Malvar destacou o grande investimento em pesquisa e desenvolvimento feito pela Microsoft, de cerca de US$ 7 bilhões anuais, o que corresponde a aproximadamente 15% do faturamento da empresa multinacional.

Em 1991, a Microsoft se tornou a primeira empresa de software a criar uma própria organização de pesquisa em ciência da computação. Desde então, a Microsoft Research se transformou em uma entidade singular entre os laboratórios privados de ciência e tecnologia, ao reunir um modelo acadêmico e aberto com um processo eficiente para a transferência dos resultados de pesquisa a equipes de desenvolvimento de produto.

A Microsoft Research tem cerca de 700 pesquisadores e funcionários distribuídos em cinco laboratórios – na China, Inglaterra, Índia e dois nos Estados Unidos. A principal unidade fica em Redmond, no estado de Washington, no campus da Microsoft Corporation. O acordo com a FAPESP é o primeiro do tipo firmado pela Microsoft Research com uma instituição latina-americana.

Michel Levy, presidente da Microsoft Brasil, destacou a importância dada pela Microsoft às pesquisas também no Brasil, onde investe em 21 centros de inovação, em parceria com universidades e centros de pesquisa. "Mais de 20 mil estudantes já passaram por esses centros", disse.


Chamada de propostas

No mesmo dia de seu lançamento, o Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI abriu chamada de propostas de pesquisa. O objetivo é identificar, selecionar e apoiar projetos de pesquisa fundamental e de classe mundial em TIC que apontem para o tratamento de questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e social no Estado de São Paulo.

Com foco no avanço do conhecimento, a chamada busca propostas de pesquisas capazes de ampliar o acesso dos cidadãos às novas tecnologias, reduzindo diferenças socioeconômicas, culturais e regionais.

"As tecnologias da informação são fundamentais para o desenvolvimento do país por acelerar outros setores da economia", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. "A chamada busca projetos de pesquisa que tratem de pontos fundamentais para o desenvolvimento da sociedade brasileira e que possam ter possíveis aplicações no futuro."

As propostas apoiadas no âmbito da iniciativa serão projetos ousados e inovadores, que aliem o avanço do conhecimento fundamental com a perspectiva de aplicações que possam ter impacto econômico e social. Será apoiada a pesquisa acadêmica em tecnologias específicas com especial interesse na multidisciplinaridade.

As propostas serão analisadas considerando objetivos de pesquisa, tais como: novas infra-estruturas criativas, formatos e aplicações de dispositivos móveis; melhora da conectividade, particularmente em ambientes sem infra-estrutura de rede ou com disponibilidade limitada ou intermitente de acesso à rede ou de energia; projeto de interfaces com o usuário, atentando para desafios relativos a limitações em alfabetização ou a usuários com pouca experiência; foco em avanços na aplicação de tecnologias que possam trazer benefícios em áreas como saúde, educação e comércio.

Os projetos selecionados deverão ser do tipo descrito pelo quadrante de Pasteur, ao mesmo tempo explorando questões de pesquisa fundamentais e com a possibilidade de aplicações em vista. O quadrante de Pasteur é uma classificação para projetos de pesquisa criada em 1997 pelo norte-americano Donald Stokes que descreve projetos de pesquisa que, simultaneamente, são fundamentais para o avanço do conhecimento e relevantes para aplicações imediatas. A denominação se refere ao cientista francês Louis Pasteur (1822-1865), cujo trabalho, ao mesmo tempo em que representou um avançou para a ciência, trouxe benefício social imediato.

"A parceria que resultou na criação do Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI é um reconhecimento da qualidade da ciência da computação brasileira e esperamos que sirva como um catalisador para estimular a colaboração entre pesquisadores brasileiros e dos diversos países onde a Microsoft Research está presente", disse Sailesh Chutani, diretor do Grupo de Pesquisas Externas e Programas da Microsoft Corporation. "Não é exagero dizer que o instituto criado junto com a FAPESP será importante não apenas para o Brasil mas para o resto do mundo."

Convênio e chamada Microsoft Research-FAPESP: www.fapesp.br/convenios/microsoft.

1 comment:

Anonymous said...

emprenendedores barsieliros?