Saturday, April 28, 2007
JAMENDO É O MÁXIMO. MÚSICA COMPARTILHADA EM CREATIVE COMMONS.
O Silveira Neto postou um comentário na postagem anterior que vale a pena destacar. Ele escreveu:
"Um projeto já bem maduro e bem semelhante [ao museeka] é o Jamendo.
Através dele você pode escutar, baixar e descubrir novas músicas através de uma rede de afinidades. As músicas são todas creative commons e o portal oferece inclusive um sistema para que você doê dinheiro para um grupo que você gosta.
Uma ótima maneira de divulgar seu trabalho e de conhecer coisas novas. Já tem até alguns brasileiros por lá."
Bom! Fui lá visitar o Jamendo. De fato, o site é sensacional. Muitas bandas, muita música, todas licenciadas em creative commons. Vale gastar um tempo explorando o site.
Wednesday, April 25, 2007
MUSEEKA DECIFROU O DNA DA MÚSICA?
Ana Paula de Andrade foi minha aluna na Cásper Líbero. Ela agora está na Suiça. Hoje recebi um e-mail dela. Trata de um assunto super-interessante. Vejam:
"Caros amigos, sou jornalista e estou trabalhando em um novo projeto chamado "Museeka", que vem a ser uma nova oferta de entretenimento na internet. A proposta do "Museeka" é ser o Google da música na internet, um local onde seja possível encontrar tudo e todos os tipos de música. O que o Google é para a pesquisa na rede, o "Museeka" será para a música. A diferença é que o "Museeka" conta com um trabalho de engenharia musical inédito, que permitirá aos usuários descobrir novas músicas que se enquadram no seu gosto musical, além de novos artistas. Os engenheiros do "Museeka", com a ajuda da Universidade de Lausanne (Suíça) decifraram o DNA da música e, assim, tornou-se possível combinar sonoridade musical, vocal, instrumental e de arranjos. Então, a proposta é não só fornecer um play de músicas, mas permitir aos internautas descobrirem mais músicas das quais gostem. O site não venderá música. Olhem aqui: www.museeka.com O lançamento será em outubro, mas vocês já podem assinar a newsletter e receber as novidades por e-mail.
Já estamos em negociação com gravadoras e selos, e a proposta é estrear com no mínimo 2 milhões de músicas. Em breve faremos testes com o público. O "Museeka" está sendo desenvolvido em Genebra, na Suíça, por um grupo que conta com alemães, dinamarqueses e suíços. Abraços e Conto com a visita e inscrição de vocês no website.
PS: colegas jornalistas, em breve daremos início oficial ao trabalho de RP e assessoria de imprensa. Desde já podem contar com minha colaboração, caso precisem."
"Caros amigos, sou jornalista e estou trabalhando em um novo projeto chamado "Museeka", que vem a ser uma nova oferta de entretenimento na internet. A proposta do "Museeka" é ser o Google da música na internet, um local onde seja possível encontrar tudo e todos os tipos de música. O que o Google é para a pesquisa na rede, o "Museeka" será para a música. A diferença é que o "Museeka" conta com um trabalho de engenharia musical inédito, que permitirá aos usuários descobrir novas músicas que se enquadram no seu gosto musical, além de novos artistas. Os engenheiros do "Museeka", com a ajuda da Universidade de Lausanne (Suíça) decifraram o DNA da música e, assim, tornou-se possível combinar sonoridade musical, vocal, instrumental e de arranjos. Então, a proposta é não só fornecer um play de músicas, mas permitir aos internautas descobrirem mais músicas das quais gostem. O site não venderá música. Olhem aqui: www.museeka.com O lançamento será em outubro, mas vocês já podem assinar a newsletter e receber as novidades por e-mail.
Já estamos em negociação com gravadoras e selos, e a proposta é estrear com no mínimo 2 milhões de músicas. Em breve faremos testes com o público. O "Museeka" está sendo desenvolvido em Genebra, na Suíça, por um grupo que conta com alemães, dinamarqueses e suíços. Abraços e Conto com a visita e inscrição de vocês no website.
PS: colegas jornalistas, em breve daremos início oficial ao trabalho de RP e assessoria de imprensa. Desde já podem contar com minha colaboração, caso precisem."
Monday, April 23, 2007
ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O SEMINÁRIO SOBRE A RIQUEZA DAS REDES: A OBRA DE YOCHAI BENKLER, NA USP (IEA).
Este seminário tem como base o texto Wealth of Network, de Yochai Benkler. Esta sendo organizado pelo Prof. Imre Simon, Gilson Schwartz e por mim. O link com o wiki do seminário é:
http://won.incubadora.fapesp.br/portal/
Abaixo segue um trecho do texto de apresentação do seminário:
O Ciclo Temático sobre a Riqueza das Redes ancora-se na obra de Yochai Benkler, The Wealth of Networks.
Trata-se de uma proposta multidisciplinar que visa reunir tecnólogos, economistas, antropólogos, cientistas sociais e políticos, profissionais de comunicação e demais interessados, numa série de debates em torno da Produção Social Intermediada pela Internet.
O evento que dá início a este ciclo de debates acontecerá em 31 de maio de 2007 no IEA da USP.
Os eventos subseqüentes serão anunciados oportunamente e deverão ocorrer, em média, uma vez por mês, até novembro.
Cada sessão contará com um apresentador e dois debatedores, terá duração de 2 horas e 30 minutos e será transmitida ao vivo, pela web.
Cada evento produzirá um ou mais textos, a serem debatidos e enriquecidos durante a sessão ou através do Blog deste portal.
Todos os encontros serão realizados no IEA - Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede o IEA, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo.
A participação é gratuita e as inscrições são bem-vindas pelo e-mail clauregi@usp.br
Na área Sobre deste portal você encontra informações mais detalhadas da proposta.
Dias, horários e outros detalhamentos do Ciclo Temático você encontra na área Programação.
O livro WEALTH OF NETWORK está disponível na rede:
http://www.benkler.org/wealth_of_networks/index.php/Main_Page
http://won.incubadora.fapesp.br/portal/
Abaixo segue um trecho do texto de apresentação do seminário:
O Ciclo Temático sobre a Riqueza das Redes ancora-se na obra de Yochai Benkler, The Wealth of Networks.
Trata-se de uma proposta multidisciplinar que visa reunir tecnólogos, economistas, antropólogos, cientistas sociais e políticos, profissionais de comunicação e demais interessados, numa série de debates em torno da Produção Social Intermediada pela Internet.
O evento que dá início a este ciclo de debates acontecerá em 31 de maio de 2007 no IEA da USP.
Os eventos subseqüentes serão anunciados oportunamente e deverão ocorrer, em média, uma vez por mês, até novembro.
Cada sessão contará com um apresentador e dois debatedores, terá duração de 2 horas e 30 minutos e será transmitida ao vivo, pela web.
Cada evento produzirá um ou mais textos, a serem debatidos e enriquecidos durante a sessão ou através do Blog deste portal.
Todos os encontros serão realizados no IEA - Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede o IEA, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo.
A participação é gratuita e as inscrições são bem-vindas pelo e-mail clauregi@usp.br
Na área Sobre deste portal você encontra informações mais detalhadas da proposta.
Dias, horários e outros detalhamentos do Ciclo Temático você encontra na área Programação.
O livro WEALTH OF NETWORK está disponível na rede:
http://www.benkler.org/wealth_of_networks/index.php/Main_Page
Saturday, April 21, 2007
ENCONTRO DE TECNOLOGIAS ABERTAS EM LISBOA
Na quinta, dia 19 de abril ocorreu na cidade de Lisboa o III Encontro de Tecnologias Abertas de Portugal, que contou com a participação de mais de 600 pessoas. Participei de um debate com o representante da micro$oft em Portugal. Foi interessante, a m$ diz que sempre apostou na interoperabilidade (todos riram nesse momento). Defendeu a existência de dois padrões abertos para documentos, tentando justificar porque estão apostando no formato open XML ao invés de apoiar o ODF. Eu disse que "quem tem dois padrões, no caso de garantir a compatibilidade e comunicabilidade plena, não tem nenhum". Mostrei também que a m$ é favorável ao padrão aberto desde que seja somente o dela. Por fim, mediante uma afirmação equívocada do representante da m$ sobre o DRM, li um trecho da licença do windows XP. Ficou claro que a m$ utiliza dispositivos de gerenciamento de direitos digitais para vasculhar a máquina das pessoas. Considero o DRM um ataque ao direito à privacidade e a liberdade de expressão.
No final do encontro fiz uma apresentação sobre o futuro das tecnologias abertas. Apresentei o cenário da convergência digital e da mobilidade. Mostrei as tendências e possibilidades das redes mesh e da conexão viral, bem como, a importância de defender o Open Spectrum.
Wednesday, April 18, 2007
LEO GERMANI FARÁ OFICINA DE AUDIO LIVRE NA CÁSPER LÍBERO
NA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA, DIA 25 DE ABRIL, TEREMOS UMA OFICINA DE AUDIO LIVRE na minha aula da pós-graduação LATO SENSU da Cásper Líbero. A pequena oficina faz parte da matéria que ministro na Cásper chamada PRÁTICAS COLABORATIVAS NA INTERNET: P2P E WEB 2.0 .
Contaremos com a presença do LEO GERMANI do Estúdio Livre:
Leonardo Germani é formado em joranlismo pela PUC-SP. Realizou, desde 2002, oficinas e cursos de comunicação, rádio livre e vídeo em várias entidades de São Paulo, incluindo FEBEM. Mais recentemente foi um dos idealizadores do projeto Cultura Digital, do Ministério da Cultura, e coordenou os Encontros de Conhecimentos Livres que aconteceram em todo país no ano de 2006. Atualmente está coordenando o projeto LabLivre Cachoeirinha, na zona Norte de São Paulo. Trabalha com software livre desde 2003 e é um dos criadores do portal estudiolivre.org.
Leo Germani tratará dos seguintes pontos:
1) Introdução ao Podcast (e vidcast) - entendendo o que é RSS
2) Apresentação do vídeo: The Machine is us/ing us (http://www.youtube.com/watch?v=X4n90pO-kRk)
3) Apresentação do estudiolivre
4) Como produzir um podcast ou videocast (panorama dos softwares livres para produção de áudio)
5) Publicando e divulgando
6) Como assinar e ouvir um podcast (softwares Democracy Player e RythmBox)
Contaremos com a presença do LEO GERMANI do Estúdio Livre:
Leonardo Germani é formado em joranlismo pela PUC-SP. Realizou, desde 2002, oficinas e cursos de comunicação, rádio livre e vídeo em várias entidades de São Paulo, incluindo FEBEM. Mais recentemente foi um dos idealizadores do projeto Cultura Digital, do Ministério da Cultura, e coordenou os Encontros de Conhecimentos Livres que aconteceram em todo país no ano de 2006. Atualmente está coordenando o projeto LabLivre Cachoeirinha, na zona Norte de São Paulo. Trabalha com software livre desde 2003 e é um dos criadores do portal estudiolivre.org.
Leo Germani tratará dos seguintes pontos:
1) Introdução ao Podcast (e vidcast) - entendendo o que é RSS
2) Apresentação do vídeo: The Machine is us/ing us (http://www.youtube.com/watch?v=X4n90pO-kRk)
3) Apresentação do estudiolivre
4) Como produzir um podcast ou videocast (panorama dos softwares livres para produção de áudio)
5) Publicando e divulgando
6) Como assinar e ouvir um podcast (softwares Democracy Player e RythmBox)
Monday, April 16, 2007
FISL 8.0: SENSACIONAL > > >
Só consegui chegar no último dia do FISL 8.0, 14 de abril, sábado. Cheguei quase na hora da mesa que participei junto com John Mad Dog, Gustavo Gindre e João Brant. Falamos do livro que acaba de sair pela Editora Perseu Abramo: COMUNICAÇÃO DIGITAL E A CONSTRUÇÃO DOS COMMONS. A sala do debate ficou bem cheia. Falamos sobre as novas possibilidades democratizantes que foram abertas pelas tecnologias digitais. Defendemos o open spectrum e a democratização das comunicações a partir da ampliação de espaços comuns e públicos para as transmissões de ondas de rádio. Depois participei de uma roda de bate-papo, regado a energético, promovida pelo Hackerteen no espaço da 4Linux. Discutimos a ética hacker. Foi muito legal.
By the way, o FISL foi um enorme sucesso. O show de encerramento, com música eletrônica, mixada, recombinada, licenciada em creative commons, levantou a galera que ainda estava lá. Teve até parabéns para o Mário Teza. O Mário é para o FISL o que o protocolo TCP/IP é para a Internet.
Para quem dizia que o FISL seria fraco, porque o pessoal do microsoft oopen source conseguiria esvaziá-lo, fica o número de quase 6 mil participantes.
um observatório do direito à comunicação
Wednesday, April 11, 2007
DINHEIRO DA FAPESP PARA A M$? ...MAS ELES PRECISAM DE DINHEIRO?
Lamentável. A Fapesp caiu no conto da microsoft. Eles montaram um instituto chamado Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI. Dinheiro do contribuinte paulista será aplicado não para o desenvolvimento de tecnologias abertas e não-proprietárias (o que poderia justificar o investimento), mas para ampliar a capacidade de aprisionamento do monopólio mundial de software para desktop. Um absurso!
Em uma nota enviada para a imprensa, os organizadores afirmam que "O convênio prevê o investimento inicial de US$ 800 mil, sendo US$ 250 mil de cada instituição no primeiro ano e US$ 150 mil de cada uma no segundo."
Depois de ter retirado tantos royalties do Brasil, a microsoft deveria montar seus institutos sem açambarcar verbas públicas. Verbas públicas deveriam ir para emprenendedores barsieliros. Ou será que a "pequena microsfot precisa de uma ajudazinha do fundo de pesquisa do Estado de São Paulo para montar alguma coisa"? Depois não faltarão recursos para montar laboratórios nas universidades públicas? Ah! Aí é que entra a microsoft... ela irá usar o centro de pesquisa para financiar estas atividades nas universidades de nosso estado. Obviamente, nossa liberdade de pesquisa nào será comprometida nem um pouco pela empresa monopolista. Qualquer professor receberá dinheiro desse instituto e da Fapesp para pesquisar tecnologias abertas, para desenvolver projetos de software livre ou de soluções proprietárias dos concorrentes da microsoft. Afinal, eles nunca foram acusados de práticas monopolistas... exceto em um processo nos Estados Unidos (foram condenados).
Bom, de todo modo teremos que pensar em montar um instituto de tecnologia aberta e vamos ver quanto a Fapesp vai dispor para ele.
Leia a matéria divulgada pela agência da Fapesp:
Agência FAPESP – A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Microsoft lançaram nesta terça-feira (10/4) o Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI, resultado de convênio assinado pelas instituições. A primeira chamada de propostas associada ao convênio também foi publicada.
O Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI é uma iniciativa pioneira no Brasil que associa os setores público e privado de modo a estimular a geração e a aplicação de conhecimento em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
O objetivo é formar uma rede de pesquisadores capazes de criar novos conhecimentos que contribuam para expandir as capacidades da tecnologia de computação para atender mais e melhor os desafios sociais e econômicos de comunidades desfavorecidas, rurais e urbanas.
Os principais temas de interesse do Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI são o desenvolvimento de conhecimentos aplicáveis à diversidade e heterogeneidade dos possíveis usuários, com impactos em governo eletrônico, saúde, educação continuada e plataformas que permitam a integração de ferramentas de comunicação ao aprendizado eletrônico.
"É importante destacar a vocação social dessa parceria, que representa um primeiro passo no sentido de consolidar condições para a conquista de objetivos maiores para a ciência, a tecnologia e o desenvolvimento do país", disse Carlos Vogt, presidente da FAPESP.
O convênio prevê o investimento inicial de US$ 800 mil, sendo US$ 250 mil de cada instituição no primeiro ano e US$ 150 mil de cada uma no segundo.
"A parceria com a FAPESP representa um compromisso importante com universidades e centros de pesquisa brasileiros e reforça o comprometimento da Microsoft com a educação em todos os níveis. Trata-se de uma excelente oportunidade para fomentar pesquisas que resultem em grande importância para a sociedade", disse Henrique Malvar, diretor-geral da Microsoft Research.
Nascido no Rio de Janeiro, Malvar foi professor da Universidade de Brasília, onde fundou, em 1987, o Grupo de Processamento Digital de Sinais do Departamento de Engenharia Elétrica. Malvar destacou o grande investimento em pesquisa e desenvolvimento feito pela Microsoft, de cerca de US$ 7 bilhões anuais, o que corresponde a aproximadamente 15% do faturamento da empresa multinacional.
Em 1991, a Microsoft se tornou a primeira empresa de software a criar uma própria organização de pesquisa em ciência da computação. Desde então, a Microsoft Research se transformou em uma entidade singular entre os laboratórios privados de ciência e tecnologia, ao reunir um modelo acadêmico e aberto com um processo eficiente para a transferência dos resultados de pesquisa a equipes de desenvolvimento de produto.
A Microsoft Research tem cerca de 700 pesquisadores e funcionários distribuídos em cinco laboratórios – na China, Inglaterra, Índia e dois nos Estados Unidos. A principal unidade fica em Redmond, no estado de Washington, no campus da Microsoft Corporation. O acordo com a FAPESP é o primeiro do tipo firmado pela Microsoft Research com uma instituição latina-americana.
Michel Levy, presidente da Microsoft Brasil, destacou a importância dada pela Microsoft às pesquisas também no Brasil, onde investe em 21 centros de inovação, em parceria com universidades e centros de pesquisa. "Mais de 20 mil estudantes já passaram por esses centros", disse.
Chamada de propostas
No mesmo dia de seu lançamento, o Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI abriu chamada de propostas de pesquisa. O objetivo é identificar, selecionar e apoiar projetos de pesquisa fundamental e de classe mundial em TIC que apontem para o tratamento de questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e social no Estado de São Paulo.
Com foco no avanço do conhecimento, a chamada busca propostas de pesquisas capazes de ampliar o acesso dos cidadãos às novas tecnologias, reduzindo diferenças socioeconômicas, culturais e regionais.
"As tecnologias da informação são fundamentais para o desenvolvimento do país por acelerar outros setores da economia", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. "A chamada busca projetos de pesquisa que tratem de pontos fundamentais para o desenvolvimento da sociedade brasileira e que possam ter possíveis aplicações no futuro."
As propostas apoiadas no âmbito da iniciativa serão projetos ousados e inovadores, que aliem o avanço do conhecimento fundamental com a perspectiva de aplicações que possam ter impacto econômico e social. Será apoiada a pesquisa acadêmica em tecnologias específicas com especial interesse na multidisciplinaridade.
As propostas serão analisadas considerando objetivos de pesquisa, tais como: novas infra-estruturas criativas, formatos e aplicações de dispositivos móveis; melhora da conectividade, particularmente em ambientes sem infra-estrutura de rede ou com disponibilidade limitada ou intermitente de acesso à rede ou de energia; projeto de interfaces com o usuário, atentando para desafios relativos a limitações em alfabetização ou a usuários com pouca experiência; foco em avanços na aplicação de tecnologias que possam trazer benefícios em áreas como saúde, educação e comércio.
Os projetos selecionados deverão ser do tipo descrito pelo quadrante de Pasteur, ao mesmo tempo explorando questões de pesquisa fundamentais e com a possibilidade de aplicações em vista. O quadrante de Pasteur é uma classificação para projetos de pesquisa criada em 1997 pelo norte-americano Donald Stokes que descreve projetos de pesquisa que, simultaneamente, são fundamentais para o avanço do conhecimento e relevantes para aplicações imediatas. A denominação se refere ao cientista francês Louis Pasteur (1822-1865), cujo trabalho, ao mesmo tempo em que representou um avançou para a ciência, trouxe benefício social imediato.
"A parceria que resultou na criação do Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI é um reconhecimento da qualidade da ciência da computação brasileira e esperamos que sirva como um catalisador para estimular a colaboração entre pesquisadores brasileiros e dos diversos países onde a Microsoft Research está presente", disse Sailesh Chutani, diretor do Grupo de Pesquisas Externas e Programas da Microsoft Corporation. "Não é exagero dizer que o instituto criado junto com a FAPESP será importante não apenas para o Brasil mas para o resto do mundo."
Convênio e chamada Microsoft Research-FAPESP: www.fapesp.br/convenios/microsoft.
Em uma nota enviada para a imprensa, os organizadores afirmam que "O convênio prevê o investimento inicial de US$ 800 mil, sendo US$ 250 mil de cada instituição no primeiro ano e US$ 150 mil de cada uma no segundo."
Depois de ter retirado tantos royalties do Brasil, a microsoft deveria montar seus institutos sem açambarcar verbas públicas. Verbas públicas deveriam ir para emprenendedores barsieliros. Ou será que a "pequena microsfot precisa de uma ajudazinha do fundo de pesquisa do Estado de São Paulo para montar alguma coisa"? Depois não faltarão recursos para montar laboratórios nas universidades públicas? Ah! Aí é que entra a microsoft... ela irá usar o centro de pesquisa para financiar estas atividades nas universidades de nosso estado. Obviamente, nossa liberdade de pesquisa nào será comprometida nem um pouco pela empresa monopolista. Qualquer professor receberá dinheiro desse instituto e da Fapesp para pesquisar tecnologias abertas, para desenvolver projetos de software livre ou de soluções proprietárias dos concorrentes da microsoft. Afinal, eles nunca foram acusados de práticas monopolistas... exceto em um processo nos Estados Unidos (foram condenados).
Bom, de todo modo teremos que pensar em montar um instituto de tecnologia aberta e vamos ver quanto a Fapesp vai dispor para ele.
Leia a matéria divulgada pela agência da Fapesp:
Agência FAPESP – A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Microsoft lançaram nesta terça-feira (10/4) o Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI, resultado de convênio assinado pelas instituições. A primeira chamada de propostas associada ao convênio também foi publicada.
O Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI é uma iniciativa pioneira no Brasil que associa os setores público e privado de modo a estimular a geração e a aplicação de conhecimento em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
O objetivo é formar uma rede de pesquisadores capazes de criar novos conhecimentos que contribuam para expandir as capacidades da tecnologia de computação para atender mais e melhor os desafios sociais e econômicos de comunidades desfavorecidas, rurais e urbanas.
Os principais temas de interesse do Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI são o desenvolvimento de conhecimentos aplicáveis à diversidade e heterogeneidade dos possíveis usuários, com impactos em governo eletrônico, saúde, educação continuada e plataformas que permitam a integração de ferramentas de comunicação ao aprendizado eletrônico.
"É importante destacar a vocação social dessa parceria, que representa um primeiro passo no sentido de consolidar condições para a conquista de objetivos maiores para a ciência, a tecnologia e o desenvolvimento do país", disse Carlos Vogt, presidente da FAPESP.
O convênio prevê o investimento inicial de US$ 800 mil, sendo US$ 250 mil de cada instituição no primeiro ano e US$ 150 mil de cada uma no segundo.
"A parceria com a FAPESP representa um compromisso importante com universidades e centros de pesquisa brasileiros e reforça o comprometimento da Microsoft com a educação em todos os níveis. Trata-se de uma excelente oportunidade para fomentar pesquisas que resultem em grande importância para a sociedade", disse Henrique Malvar, diretor-geral da Microsoft Research.
Nascido no Rio de Janeiro, Malvar foi professor da Universidade de Brasília, onde fundou, em 1987, o Grupo de Processamento Digital de Sinais do Departamento de Engenharia Elétrica. Malvar destacou o grande investimento em pesquisa e desenvolvimento feito pela Microsoft, de cerca de US$ 7 bilhões anuais, o que corresponde a aproximadamente 15% do faturamento da empresa multinacional.
Em 1991, a Microsoft se tornou a primeira empresa de software a criar uma própria organização de pesquisa em ciência da computação. Desde então, a Microsoft Research se transformou em uma entidade singular entre os laboratórios privados de ciência e tecnologia, ao reunir um modelo acadêmico e aberto com um processo eficiente para a transferência dos resultados de pesquisa a equipes de desenvolvimento de produto.
A Microsoft Research tem cerca de 700 pesquisadores e funcionários distribuídos em cinco laboratórios – na China, Inglaterra, Índia e dois nos Estados Unidos. A principal unidade fica em Redmond, no estado de Washington, no campus da Microsoft Corporation. O acordo com a FAPESP é o primeiro do tipo firmado pela Microsoft Research com uma instituição latina-americana.
Michel Levy, presidente da Microsoft Brasil, destacou a importância dada pela Microsoft às pesquisas também no Brasil, onde investe em 21 centros de inovação, em parceria com universidades e centros de pesquisa. "Mais de 20 mil estudantes já passaram por esses centros", disse.
Chamada de propostas
No mesmo dia de seu lançamento, o Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI abriu chamada de propostas de pesquisa. O objetivo é identificar, selecionar e apoiar projetos de pesquisa fundamental e de classe mundial em TIC que apontem para o tratamento de questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e social no Estado de São Paulo.
Com foco no avanço do conhecimento, a chamada busca propostas de pesquisas capazes de ampliar o acesso dos cidadãos às novas tecnologias, reduzindo diferenças socioeconômicas, culturais e regionais.
"As tecnologias da informação são fundamentais para o desenvolvimento do país por acelerar outros setores da economia", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. "A chamada busca projetos de pesquisa que tratem de pontos fundamentais para o desenvolvimento da sociedade brasileira e que possam ter possíveis aplicações no futuro."
As propostas apoiadas no âmbito da iniciativa serão projetos ousados e inovadores, que aliem o avanço do conhecimento fundamental com a perspectiva de aplicações que possam ter impacto econômico e social. Será apoiada a pesquisa acadêmica em tecnologias específicas com especial interesse na multidisciplinaridade.
As propostas serão analisadas considerando objetivos de pesquisa, tais como: novas infra-estruturas criativas, formatos e aplicações de dispositivos móveis; melhora da conectividade, particularmente em ambientes sem infra-estrutura de rede ou com disponibilidade limitada ou intermitente de acesso à rede ou de energia; projeto de interfaces com o usuário, atentando para desafios relativos a limitações em alfabetização ou a usuários com pouca experiência; foco em avanços na aplicação de tecnologias que possam trazer benefícios em áreas como saúde, educação e comércio.
Os projetos selecionados deverão ser do tipo descrito pelo quadrante de Pasteur, ao mesmo tempo explorando questões de pesquisa fundamentais e com a possibilidade de aplicações em vista. O quadrante de Pasteur é uma classificação para projetos de pesquisa criada em 1997 pelo norte-americano Donald Stokes que descreve projetos de pesquisa que, simultaneamente, são fundamentais para o avanço do conhecimento e relevantes para aplicações imediatas. A denominação se refere ao cientista francês Louis Pasteur (1822-1865), cujo trabalho, ao mesmo tempo em que representou um avançou para a ciência, trouxe benefício social imediato.
"A parceria que resultou na criação do Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI é um reconhecimento da qualidade da ciência da computação brasileira e esperamos que sirva como um catalisador para estimular a colaboração entre pesquisadores brasileiros e dos diversos países onde a Microsoft Research está presente", disse Sailesh Chutani, diretor do Grupo de Pesquisas Externas e Programas da Microsoft Corporation. "Não é exagero dizer que o instituto criado junto com a FAPESP será importante não apenas para o Brasil mas para o resto do mundo."
Convênio e chamada Microsoft Research-FAPESP: www.fapesp.br/convenios/microsoft.
Tuesday, April 10, 2007
Livro sobre open spectrum, redes virais e a construção dos commons tem prefácio de John Mad Dog
O livro COMUNICAÇÃO DIGITAL E A CONSTRUÇÃO DOS COMMONS será lançado em Porto Alegre, no FISL8.0, sábado às 14 hs. Teremos uma mesa com Mad Dog, João Brant, Gustavo Gindre e eu.
Depois o livro será lançado em São Paulo. O livro foi licenciado em creative commons.
No site da Fundação Perseu Abramo você poderá obter o release do livro, bem como ler o prefácio do John Mad Dog Hall. O endereço é http://www.efpa.com.br/Telas/produto.asp?Id_Produto=231#
Também é o primeiro livro em língua português que conta com textos de KEVIN WERBACH e YOCHAI BENKLER. Para quem está discutindo a democratização das concessões de rádio e TV, o texto de Werbach é imprescindível.
Sunday, April 08, 2007
UMA DAS MINHAS CONTRIBUIÇÕES CONTRA A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL...
Friday, April 06, 2007
DEBATE E LANÇAMENTO DO LIVRO SOBRE OPEN SPECTRUM NO FISL8, SÁBADO, EM PORTO ALEGRE
João Brant e Gustavo Gindre, do Intervozes, Kevin Werbach, especialista em Telecomunicação, Yochai Benkler, um dos mais importantes pensadores do commons, e também eu, reunimos alguns de nossos artigos em um livro que sai nesta semana. O livro chama-se COMUNICAÇÃO DIGITAL E A CONSTRUÇÃO DO COMMONS: REDES VIRAIS, ESPECTRO ABERTO E NOVAS FORMAS DE REGULAMENTAÇÃO, pela Editora Perseu Abramo.
Será lançado no FISL8.0, em Porto Alegre, neste sábado, dia 24 de abril, às 14 horas, após um debate que contará com a presença de John Mad Dog Hall, além dos autores João Brant, Gustavo Gindre e eu. Acho que será bem legal.
Abaixo segue a descrição da mesa no FISL8.0:
A mesa com 3 autores do livro COMUNICAÇÃO DIGITAL E A CONSTRUÇÃO DO COMMONS: REDES VIRAIS, ESPECTRO ABERTO E NOVAS FORMAS DE REGULAMENTAÇÃO tratará das profundas mudanças que as tecnologias digitais colocam no cenário das comunicações e telecomunicações. Práticas sociais colaborativas estão caminhando do compartilhamento de códigos e bens culturais para o construção da própria infra-estrutura de telecom como um bem comum. As exposições procurarão esclarecer as possibilidades de superar os formatos privados de ocupação do chamado espectro radioelétrico (open spectrum) e explorar as enormes possibilidades das redes virais.
14/04 - Sábado, 14:00/15:00, 22 - Sala von Neumann
Vale a pena conferir:
http://fisl.softwarelivre.org/8.0/papers/pub/programacao/1317
Será lançado no FISL8.0, em Porto Alegre, neste sábado, dia 24 de abril, às 14 horas, após um debate que contará com a presença de John Mad Dog Hall, além dos autores João Brant, Gustavo Gindre e eu. Acho que será bem legal.
Abaixo segue a descrição da mesa no FISL8.0:
A mesa com 3 autores do livro COMUNICAÇÃO DIGITAL E A CONSTRUÇÃO DO COMMONS: REDES VIRAIS, ESPECTRO ABERTO E NOVAS FORMAS DE REGULAMENTAÇÃO tratará das profundas mudanças que as tecnologias digitais colocam no cenário das comunicações e telecomunicações. Práticas sociais colaborativas estão caminhando do compartilhamento de códigos e bens culturais para o construção da própria infra-estrutura de telecom como um bem comum. As exposições procurarão esclarecer as possibilidades de superar os formatos privados de ocupação do chamado espectro radioelétrico (open spectrum) e explorar as enormes possibilidades das redes virais.
14/04 - Sábado, 14:00/15:00, 22 - Sala von Neumann
Vale a pena conferir:
http://fisl.softwarelivre.org/8.0/papers/pub/programacao/1317
Thursday, April 05, 2007
NA ECONOMIA DIGITAL COLABORAR É MAIS EFICIENTE QUE COMPETIR
Foi publicado no jornal Gazeta Mercantil, na página 3, dia 2 de abril, o artigo que escrevi sobre as práticas colaborativas na economia informacional.
"Na economia digital colaborar é mais eficiente que competir. Um número crescente de empresas estão percebendo as enormes vantagens das práticas colaborativas para a inovação e manutenção de seus negócios. As redes informacionais viabilizam novas práticas sociais e de geração de riquezas que eram difíceis e até impossíveis de implementar na chamada era industrial.
O professor de direito da Universidade de Yale, Yochai Benkler, no livro The Wealth of Network, ainda não traduzido em português, mas disponível na web (www.benkler.org/wealth_of_networks/index.php/Main_Page), demonstrou que uma série de mudanças nas tecnologias, na organização econômica e na produção social estão criando novas oportunidades e possibilidades de produzir informação, conhecimento e cultura. Estas mudanças, segundo Benkler, estão ampliando o papel da produção não-proprietária e colaborativa, realizada por indivíduos isolados e por esforços cooperativos de milhares de pessoas. É o caso, por exemplo, do desenvolvimento de software livre.
O modelo de desenvolvimento e uso de software livre se baseia na colaboração. Programas de computador extremamente complexos são criados e mantidos por comunidades de interessados. Um dos seus maiores exemplos, o GNU/Linux, é um sistema operacional livre, mantido aproximadamente por 150 mil pessoas espalhadas pelo planeta. Como todo e qualquer software, o GNU/Linux precisa ser atualizado constantemente para acompanhar a evolução dos computadores e demais softwares. Antes que uma nova versão do GNU/Linux seja considerada estável, ela é testada e corrigida por uma comunidade gigantesca de apoiadores. As chances de ter suas falhas mais rapidamente encontradas e superadas é bem maior do que no modelo proprietário e fechado. A qualidade das versões está diretamente vinculada a quantidade da inteligência coletiva agregada na rede mundial de computadores. Sem dúvida, a coordenação do processo é o elemento mais sensível e complexo das práticas colaborativas em rede.
O que cada colaborador doa, em tempo de trabalho, para o desenvolvimento do GNU/Linux é bem menor do que obtém de retorno. Esta lógica levou a IBM e outras grandes corporações a apostarem no desenvolvimento colaborativo. A eficiência obtida e os saldos economicamente positivos são tão relevantes que o jornalista Thomas L. Friedman, autor do best seller O Mundo é Plano, dedicou um capítulo ao movimento de desenvolvimento de software livre e aberto. Friedman concluiu que “o Apache e o Linux vêm promovendo, na computação e no uso da Internet, um corte de custos extremamente nivelador – e esse movimento não vai esmorecer”. Apache é um dos maiores sucessos mundiais do software livre. Ele serve para hospedar páginas da web e está presente em mais de dois terços dos servidores web do planeta. Imbatível. Obteve esta posição sem gastar um centavo em propaganda. Nunca precisou, ele é desenvolvido colaborativamente e sua estabilidade é incomparavelmente superior ao do concorrente proprietário.
Não é por menos que no segmento de rede, de software embarcado em aparelhos eletro-eletrônicos, nas áreas de missão crítica (onde a estabilidade dos códigos é derradeira), o modelo de desenvolvimento colaborativo de desenvolvimento de software está tornando-se hegemônico. Uma demonstração dessa tendência pode ser encontrada no livro de David Bunnell, Conexão Cisco. Em seu relato podemos perceber que a empresa Cisco foi umas das pioneiras no trabalho colaborativo. As informações sobre seus produtos eram trocadas de igual para igual entre seus clientes. Problemas eram socializados pelas redes e soluções eram discutidas entre usuários e técnicos da companhia. Caso usassem o método tradicional, fechado, os engenheiros da Cisco jamais teriam obtido o mesmo desempenho. Doug Allred, então executivo da empresa, avaliou que se não fosse pelo processo colaborativo estabelecido “a Cisco teria que contratar até 10 mil engenheiros para acompanhar seu crescimento”. Isto no início dos anos 1990.
Na última semana de março deste ano, quem buscasse saber quais os dez sites mais visitados na Internet encontraria na quarta posição o youtube (www.youtube.com) e na décima a enciclopédia wikipedia (www.wikipedia.org). Estes sites são dois grandes exemplos de práticas colaborativas. O youtube conta com o apoio dos próprios internautas para inserir no site os vídeos que geraram sua enorme audiência. Trata-se de uma prática de agregação colaborativa de conteúdo. A wikipedia é a maior enciclopédia do mundo. Trata-se de um trabalho de compartilhamento. Quando um internauta cria um artigo ou verbete para a enciclopédia, outros podem melhorá-lo ou corrigi-lo. Os extremistas do mundo proprietário tentaram afirmar que o nível de erros existentes em um trabalho colaborativo como a construção de uma enciclopédia seria muito maior do que em um modelo fechado. Testes empíricos demonstraram que quanto maior a comunidade de colaboradores maior será a qualidade do produto, ou seja, a quantidade pode gerar qualidade, a depender das regras e da coordenação do processo. O mecanismo de revisão colaborativa da wikipedia baseia-se em dar o status de revisor aos colaboradores mais antigos e participativos. Como são muitos, sua capacidade de revisão é grande. Nenhuma editora teria como conseguir o mesmo resultado internamente, pagando funcionários, exceto lançando um produto com preço extremamente elevado.
Uma das linguagens de programação mais usadas na rede é a linguagem Java, criada pela SUN Microsystems. A grande vantagem de programar em Java é que seu produto poderá rodar em qualquer plataforma. Existe um programa que interpreta a linguagem Java e permite que ela seja entendida por qualquer sistema operacional. É o JVM, ou máquina virtual Java. No ano passado, a SUN decidiu liberar os códigos do JVM e licenciá-los em GPL (General Public Licence), a licença típica do software livre. Com isso a SUN que já tinha uma gigantesca comunidade de usuários irá ganhar uma grande comunidade de desenvolvedores de sua máquina virtual. Compartilhar o conhecimento é gerar riqueza."
"Na economia digital colaborar é mais eficiente que competir. Um número crescente de empresas estão percebendo as enormes vantagens das práticas colaborativas para a inovação e manutenção de seus negócios. As redes informacionais viabilizam novas práticas sociais e de geração de riquezas que eram difíceis e até impossíveis de implementar na chamada era industrial.
O professor de direito da Universidade de Yale, Yochai Benkler, no livro The Wealth of Network, ainda não traduzido em português, mas disponível na web (www.benkler.org/wealth_of_networks/index.php/Main_Page), demonstrou que uma série de mudanças nas tecnologias, na organização econômica e na produção social estão criando novas oportunidades e possibilidades de produzir informação, conhecimento e cultura. Estas mudanças, segundo Benkler, estão ampliando o papel da produção não-proprietária e colaborativa, realizada por indivíduos isolados e por esforços cooperativos de milhares de pessoas. É o caso, por exemplo, do desenvolvimento de software livre.
O modelo de desenvolvimento e uso de software livre se baseia na colaboração. Programas de computador extremamente complexos são criados e mantidos por comunidades de interessados. Um dos seus maiores exemplos, o GNU/Linux, é um sistema operacional livre, mantido aproximadamente por 150 mil pessoas espalhadas pelo planeta. Como todo e qualquer software, o GNU/Linux precisa ser atualizado constantemente para acompanhar a evolução dos computadores e demais softwares. Antes que uma nova versão do GNU/Linux seja considerada estável, ela é testada e corrigida por uma comunidade gigantesca de apoiadores. As chances de ter suas falhas mais rapidamente encontradas e superadas é bem maior do que no modelo proprietário e fechado. A qualidade das versões está diretamente vinculada a quantidade da inteligência coletiva agregada na rede mundial de computadores. Sem dúvida, a coordenação do processo é o elemento mais sensível e complexo das práticas colaborativas em rede.
O que cada colaborador doa, em tempo de trabalho, para o desenvolvimento do GNU/Linux é bem menor do que obtém de retorno. Esta lógica levou a IBM e outras grandes corporações a apostarem no desenvolvimento colaborativo. A eficiência obtida e os saldos economicamente positivos são tão relevantes que o jornalista Thomas L. Friedman, autor do best seller O Mundo é Plano, dedicou um capítulo ao movimento de desenvolvimento de software livre e aberto. Friedman concluiu que “o Apache e o Linux vêm promovendo, na computação e no uso da Internet, um corte de custos extremamente nivelador – e esse movimento não vai esmorecer”. Apache é um dos maiores sucessos mundiais do software livre. Ele serve para hospedar páginas da web e está presente em mais de dois terços dos servidores web do planeta. Imbatível. Obteve esta posição sem gastar um centavo em propaganda. Nunca precisou, ele é desenvolvido colaborativamente e sua estabilidade é incomparavelmente superior ao do concorrente proprietário.
Não é por menos que no segmento de rede, de software embarcado em aparelhos eletro-eletrônicos, nas áreas de missão crítica (onde a estabilidade dos códigos é derradeira), o modelo de desenvolvimento colaborativo de desenvolvimento de software está tornando-se hegemônico. Uma demonstração dessa tendência pode ser encontrada no livro de David Bunnell, Conexão Cisco. Em seu relato podemos perceber que a empresa Cisco foi umas das pioneiras no trabalho colaborativo. As informações sobre seus produtos eram trocadas de igual para igual entre seus clientes. Problemas eram socializados pelas redes e soluções eram discutidas entre usuários e técnicos da companhia. Caso usassem o método tradicional, fechado, os engenheiros da Cisco jamais teriam obtido o mesmo desempenho. Doug Allred, então executivo da empresa, avaliou que se não fosse pelo processo colaborativo estabelecido “a Cisco teria que contratar até 10 mil engenheiros para acompanhar seu crescimento”. Isto no início dos anos 1990.
Na última semana de março deste ano, quem buscasse saber quais os dez sites mais visitados na Internet encontraria na quarta posição o youtube (www.youtube.com) e na décima a enciclopédia wikipedia (www.wikipedia.org). Estes sites são dois grandes exemplos de práticas colaborativas. O youtube conta com o apoio dos próprios internautas para inserir no site os vídeos que geraram sua enorme audiência. Trata-se de uma prática de agregação colaborativa de conteúdo. A wikipedia é a maior enciclopédia do mundo. Trata-se de um trabalho de compartilhamento. Quando um internauta cria um artigo ou verbete para a enciclopédia, outros podem melhorá-lo ou corrigi-lo. Os extremistas do mundo proprietário tentaram afirmar que o nível de erros existentes em um trabalho colaborativo como a construção de uma enciclopédia seria muito maior do que em um modelo fechado. Testes empíricos demonstraram que quanto maior a comunidade de colaboradores maior será a qualidade do produto, ou seja, a quantidade pode gerar qualidade, a depender das regras e da coordenação do processo. O mecanismo de revisão colaborativa da wikipedia baseia-se em dar o status de revisor aos colaboradores mais antigos e participativos. Como são muitos, sua capacidade de revisão é grande. Nenhuma editora teria como conseguir o mesmo resultado internamente, pagando funcionários, exceto lançando um produto com preço extremamente elevado.
Uma das linguagens de programação mais usadas na rede é a linguagem Java, criada pela SUN Microsystems. A grande vantagem de programar em Java é que seu produto poderá rodar em qualquer plataforma. Existe um programa que interpreta a linguagem Java e permite que ela seja entendida por qualquer sistema operacional. É o JVM, ou máquina virtual Java. No ano passado, a SUN decidiu liberar os códigos do JVM e licenciá-los em GPL (General Public Licence), a licença típica do software livre. Com isso a SUN que já tinha uma gigantesca comunidade de usuários irá ganhar uma grande comunidade de desenvolvedores de sua máquina virtual. Compartilhar o conhecimento é gerar riqueza."
Wednesday, April 04, 2007
ITÁLIA ANULA LICITAÇÃO QUE PRIVILEGIAVA O SOFTWARE PROPRIETÁRIO
Paolo Sammicheli me enviou um e-mail relatando o movimento que conseguiu paralisar uma licitação pública que bloqueava a participação de softwares livres.
Veja todo o relato no http://www.softwarelibero.it/abbiamo_vinto_pt
Vamos avançar. Este é um exemplo a ser seguido.
Veja todo o relato no http://www.softwarelibero.it/abbiamo_vinto_pt
Vamos avançar. Este é um exemplo a ser seguido.
Tuesday, April 03, 2007
Web 2.0 ... The Machine is Us/ing Us
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