Friday, February 29, 2008

JORNALISMO MÓVEL: UM ESTUDO DO NOTICIÁRIO PRODUZIDO PARA CELULARES



Acabei de participar da banca de mestrado do Fernando Corrêa do Carmo, aluno da Cásper Líbero, orientando do professor Walter Lima Jr. Fernando analisou os efeitos da mobilidade no jornalismo. Analisou as interfaces, a linguagem e as limitações dos celulares para receber notícias, programas de rádio e de TV. Seu trabalho demonstra a realidade da convergência digital e as mutações que as empresas tradicionais de comunicação estão tentando imprimir para acompanhar a tendência de mobilidade.
O mestre Fernando do Carmo, aprovado com nota dez, concluiu que "o jornalismo feito para celulares não representa uma quebra radical de paradigmas na área de comunicação jornalística". Sem dúvida, o trabalho de Fernando representa uma competente descrição do estado da arte da mobilidade no Brasil atual. Também significou uma tentativa de dialogar com teóricos da comunicação, tais como, Domenique Wolton, Juarez Bahia e André Lemos. Senti apenas uma grande ausência na sua reflexão de Fernando, a saber, o pensador Marshall McLuhan. Quando Fernando diz que os novos meios não alteraram a essência do jornalismo, não seria interessante que ele dialogasse com a visão de McLuhan sobre o papel dos meios de comunicação?
Prá encerrar duas frases paradigmáticas do momento de expansão da mobilidade, retiradas da dissertação do Fernando do Carmo:
"A Internet móvel pode conquistar a popularidade dos rádios de pilha dos anos 60."
"O uso de relógios vem caindo devido ao recente hábito da consulta de horas pelo celular."

Wednesday, February 27, 2008

O DIA INTERNACIONAL PARA A LIBERDADE DOS DOCUMENTOS

Recebi do DICAS-L, mantido pelo Rubens Queiroz, a informação de que 26 de Março será o dia internacional para a Libertação de Documentos. Leia a mensagem:


O Dia da Liberdade dos Documentos (DFD, Document Freedom Day) é um dia internacional para Libertação de Documentos com ações de base no sentido de promover Formatos de Documento Livres e Padrões Abertos em geral. O DFD foi iniciado e é apoiado por um grupo de organizações e
empresas, incluindo, mas não limitado a, a Free Software Foundation Europe, ODF Alliance, OpenForum Europa, IBM, Red Hat e Sun Microsystems, Inc.

Em 26 de Março de 2008, o Dia da Liberdade dos Documentos irá proporcionar um ponto de mobilização mundial pela Libertação de Documentos e por Padrões Abertos. Ele vai literalmente dar a equipes
de todo o mundo a chance de "levantar a bandeira":

O "Kit de Iniciação DFD" contém uma bandeira, camiseta, folhetos e adesivos que estão em preparação e estão previstos para serem enviados nas primeiras semanas de Março para as primeiras 100 equipes que se inscreverem. Dezesseis equipes já se inscreveram durante a fase de
preparação do DFD antes desse lançamento. Inscreva sua equipe agora!

"Estamos orgulhosos de apoiar este esforço global para incentivar o intercâmbio aberto e inclusivo de informações", disse Marino Marcich,Diretor Geral do OpenDocument Format Alliance. "Liberdade dos Documentos significa criar, trocar, e preservar seus documentos eletrônicos sem ter de comprar software de um determinado fornecedor."

"O aprisionamento tecnológico dos dados e o subseqüente aprisionamento tecnológico de clientes por parte de fornecedores são alguns dos mais graves problemas que os usuários estão enfrentando hoje", disse o presidente da FSFE, Georg Greve. "Contudo a maioria das pessoas só se
dá conta deste propósito quando é muito tarde e elas efetivamente já perderam o controle sobre seus próprios dados. Estamos colaborando com o Dia da Liberdade dos Documentos para ajudar a promover a consciência para esta questão, iniciando com algo que afeta praticamente todos os usuários de computadores: documentos de texto, planilhas e apresentações."

"Formatos de Documentos Livres e padrões abertos são elementos importantes na continuação da expansão da comunidade global de código aberto", disse Tom Rabon, vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos da Red Hat. "A Red Hat apóia firmemente o Dia da Liberdade dos Documentos e incentiva a participação de todos aqueles que aguardam com expectativa o dia em que os documentos sejam controlados por seus próprios donos, e não necessariamente por aqueles que criam a tecnologia para acessar esses documentos."

Simon Phipps, o Oficial-Chefe de Open Source da Sun Microsystems declarou, "Como eu expliquei no meu artigo "Freedom to Leave" [*], é fundamental no mercado emergente que as pessoas sejam livres para utilizar qualquer software que elas desejam para manipular seus dados. Estou plenamente de acordo com as metas de Liberdade dos Documentos."
[*] http://docs.google.com/View?docid=dhb29vwq_3dzb2cs

Alexandre Oliva da Fundação Software Livre América Latina (FSFLA) comenta: "Quando você salvar os seus documentos usando um formato Padrão Aberto e Livre como o ODF, você também está salvando seu
próprio futuro, garantindo a sua contínua capacidade de acessar, decodificar e converter os seus conteúdos."

Graham Taylor, Diretor da OpenForum Europa: "A OpenForum Europa aplaude o anúncio do Dia da Liberdade dos Documentos. A verdadeira essência da 'transparência' é capturada pelo direito dos usuários, cidadãos, governos... poderem livremente acessar e trocar documentos, hoje e no futuro. Nada dá maior significado para o perigo predominante de aprisionamento tecnológico em soluções proprietárias, e para a necessidade do Governo agir agora."


== Sobre o Dia da Liberdade dos Documentos

O Dia da Liberdade dos Documentos (DFD) é um dia global para Libertação de Documento. É um dia de atividades de base ao redor do mundo com o objetivo de promover e desenvolver a consciência da
relevância dos Formatos de Documento Livres em particular e dos Padrões Abertos em geral. O DFD é apoiado por um grande grupo de organizações e indivíduos, incluindo, mas não limitado a Ars Aperta, COSS, Esoma, Fundações Software Livre Europa e América Latina, IBM, NLnet, ODF Alliance, OpenForum Europa, OSL, IMatix, Red Hat, Sun Microsystems, Inc., The Open Learning Centre, Opentia, Estandares Abiertos.

A lista de grupos que apóiam o DFD podem ser encontrada em
http://documentfreedom.org/Who

A lista de equipes do DFD está disponível em
http://documentfreedom.org/Category:Teams


== Outras Informações
http://documentfreedom.org


== Contato

contact - AT - documentfreedom.org

Graham Taylor graham - AT - openforumeurope.org
Ivan Jelic jelic - AT - fsfeurope.org
Kerri Catallozzi kcatallo - AT - redhat.com
Marino Marcich mmarcich - AT - odfalliance.org
Marko Milenovic milenovic - AT - fsfeurope.org
Terri Molini terri.molini - AT - sun.com
FSFLA info - AT - fsfla.org


Fonte:
http://documentfreedom.org/News/20080220
http://www.fsfla.org

MAPA FANSTASMA: UMA LEITURA ESSENCIAL.


Steven Johnson, remomado divulgador do conhecimento científico, autor de Emergência, lançou recentemente no Brasil, o livro Mapa Fantasma pela Jorge Zahar Editora. Johnson fez uma palestra no Campus Party na segunda semana de fevereiro, autografou livros e participou de um Roda Viva da TV Cultura.

Comecei a ler o livro. É espetacular. Ele consegue prender nossa atenção e conduzir o leitor por um tema nada fácil, o mundo dos microorganismos. O Mapa Fantasma fala da epidemia de cólera que ocorreu em Londres no final de agosto de 1854. Mais de 500 pessoas morreram em pouco mais de dez dias. Os médicos e autoridades desconheciam as causas da doença. Johnson vai contando como dois homens começaram a mudar a história da medicina e das cidades em sua luta comtra a bactéria devastadora.

A disseminação em rede e os mecanismos de inteligência coletiva da bactéria letal era para os cientistas tão plausível "como as fadas". Não era simplesmente a podridão dos ambientes, a sujeira ou o ar podre que reproduziam a doença. Era preciso que as pessoas ingerissem dejetos humanos contaminados. Johnson reproduz o clima da época, retoma artigos de jornais, descrições alarmantes e conta o trabalho minucioso de um médico e um padre. De fato, é difícil parar de ler.

Sunday, February 24, 2008

CELULAR P2P PODE ACELERAR A INCLUSÃO DIGITAL


Imagine se as pessoas pudessem se comunicar usando celulares sem pagar um centavo para ninguém. Na verdade podem. Todos já devem ter visto duas pessoas com walkie-talkies, ou seja, com aqueles rádios de comunicação, hoje, muito utilizados por seguranças e manobristas de estacionamentos. Para utilizar walkie-talkies não pagamos nada, somente os aparelhos. O problema é que estes rádios não têm um grande alcance, além da maioria não ser digital. Mas a possibilidade de comunicar com aparelhos celulares sem pagar nada para qualquer intermediário existe e já está sendo testada.

Uma empresa sueca, fundada em 2004, chamada TerraNet, já está testando os celulares P2P (peer-to-peer). As vantagens das tecnologias descentralizadas e abertas são espetaculares. Todo telefone celular passaria ser um aparelho que além de transmitir e receber chamadas também poderia retransmitir o sinal de outros aparelhos. Cada celular serviria como uma estação de retransmissão, assim não precisaríamos mais das antenas das operadoras.

As consequências positivas da tecnologia P2P nos celulares são gigantescas. As pessoas com renda muito baixa poderiam usar gratuitamente a comunicação digital para melhorar suas condições de vida, lazer e trabalho. Elas terão efetivamente garantido o seu direito à comunicação. Além disso, com a integração dos celulares à Internet é possível aumentar o acesso à rede e aos portais disponíveis para aparelhos móveis. Outro ponto importante: um celular P2P pode se conectar com um roteador Wi-Fi e enviar e receber seu sinal através do protocolo de Voz sobre IP, ou seja, pode utilizar o Skype, por exemplo.

O aparelho celular P2P pode ser híbrido. Nas áreas com muitos celulares P2P, os inúmeros aparelhos evitam áreas vazias em que o sinal não tenha força suficiente para se propagar. Cada aparelho retransmite o sinal do outro até encontrar o destino dos pacotes de voz ou de texto. No caso de áreas com poucos celulares P2P, o aparelho poderá usar uma rede WiMax ou ainda realizar ligações normais para as Operadoras. A empresa TerraNet está testando pelo menos três sistemas completares ao P2P. O hardware do celular da TerraNet poderá funcionar com as tecnologias WiMax, HSDPA, UTMS, GSM, GPRS, mas a empresa acredita que poderá utilizar qualquer outra. Enfim a TerraNet quer utilizar o GSM Mobile WiMax como complementar a tecnologia 3G.

Uma das grandes questões sobre as possibilidades do celular P2P está nos possíveis riscos de congestionamento. Segundo técnicos da TerraNet, os congestionamento ou sobrecarga de tráfego podem acontecer em qualquer rede celular onde o uso da rede é excessivo ou quando a rede não é redimensionado para se ajustar a quantidade de usuários. Mas a superação deste problema está na inteligência dos algoritmos de roteamento que serão embarcados nos aparelhos celulares. O aperfeiçoamento deste algoritmos permitirão distribuir da melhor forma possível os fluxos de dados e as sua rotas pela rede. O roteamento inteligente é o que permite o sucesso dos celulares P2P.

Segundo, o estudo MOBILITY IN P2P IN CELLULAR NETWORKING, do pesquisador finlandês Yrjö Raivio, da Universidade de Helsinki, a maioria dos serviços ainda estão sendo executados em cima da tradicional arquitetura cliente-servidor, mas os celulares P2P poderiam facilmente melhorar a experiência do usuário final. O uso de coordenadas de geo-referenciamento podem melhorar o endereçamento dos pacotes de som, texto ou imagem.

Telemóveis ou celulares são excelentes ferramentas para compartilhar conteúdo. Já existem inúmeras comunidades que compartilham imagens feitas pelos celulares. Os celulares P2P , por utilizarem principalmente os protocolos da Internet podem integrarem-se muito bem a web. A grande dificuldade do modelo está no tempo de duração da bateria, uma vez que ela será usada não só para transmitir e receber mensagens do seu próprio aparelho, mas também para retransmitir o sinal dos demais aparelhos. Uma boa imagem para entender a rede P2P é a dos atletas corredores que passam o bastão para um outro depois de percorrer uma certa distância. O sinal no mundo P2P é como o bastão do atleta que iria saltando de aparelho em aparelho até encontrar seu destino.

Yrjö Raivio, lembra-nos que “antes que seja uma realidade, redes celulares e dispositivos devem dar gigantescos passos tecnológicos à frente, mas o principal obstáculo é, evidentemente, a nossa maneira de pensar”. O P2P tem demonstrado sua força e sua superioridade tecnológica diante do tradicional modelo cliente-servidor. Nas redes fixas já responde por mais de 60 por cento do tráfego de pacotes. É claro que a quantidade de dados irá explodir no futuro próximo devido à crescente popularidade das aplicações de vídeo. O avanço da chamada convergência digital, bem como, o aumento do uso dos celulares e aparelhos móveis para acessar a web contrubuirão para ampliar o uso do P2P em redes lógicas. Mas, o modelo P2P pode ser um grande aliado da inclusão digital por reduzir dramaticamente os custos de conexão.

Com celulares que usam Voz sobre IP já teremos uma grande redução dos custos, mas com aparelhos celulares que usam o modelo P2P poderemos realizar ligações no plano local sem pagar nada. Com prefeituras que abrem o sinal Wi-Fi em seus municípios, estes celulares P2P poderão conectar-se a Internet e garantir uma inclusão massiva da população na sociedade da informação. O que impede isto de ocorrer são razões ideológicas, culturais e econômicas, ou melhor, de manutenção dos planos de negócios das empresas de Telecom. Razões técnicas não são mais impedimentos.

(Este texto foi publicado na Revista A Rede de fevereiro de 2008)

Thursday, February 21, 2008

SE A MICROSOFT ABRIRÁ O SEU CÓDIGO, PARA QUE ELA QUER TORNAR O OOXML UM PADRÃO ISO?


O anúncio da microsoft sobre a abertura do código-fonte de alguns de seus softwares demonstra a superioridade do modelo de desenvolvimento aberto, baseado no compartilhamento do conhecimento. Entretanto, este anúncio para ser levado a sério deve ser acompanhado de algumas medidas imediatas por parte da microsoft. A principal delas é retirar o pedido de fast track na ISO para o padrão OpenXML.

Se é verdade que os fontes do Office e do Windows estarão abertos para gerar compatibilidade e interoperabilidade, não tem sentido ter outro padrão que cumpra o mesmo papel do ODF (Open Document Format). Assim, espero que a microsoft retire imediatamente a sua proposta de transformar as mais de 5 mil páginas do OoXML em padrão internacional. Isto já não faz mais sentido.

Todavia, este anúncio pode ser apenas parte da estratégia da companhia para aprovar seu padrão na ISO que se reunirá em breve para decidir sobre o OpenXML.

Leia no IDGNow Microsoft muda estratégia e aproxima-se de comunidade de software aberto

Monday, February 18, 2008

DOIS CAMPUSEROS INVENTARAM UMA NOVA INTERFACE EM 4 DIAS ...


Felipe, 17 anos, morador de Porto Alegre, estava na bancada da comunidade de desenvolvimento do Campus Party. Jean, inscrito na comunidade de modding, quando circulava pelo evento, observou as tentativas de Jean em produzir algo diferente. Então, se apresentou e deu uma série de sugestões a Felipe. O jovem começou a programar em cima das considerações de Jean. Felipe criou e apresentou uma nova forma de se relacionar com o computador sem mouse e teclado. Sensacional. Gastou R$ soemnte 10,00 para comprar alguns componentes.

Primeira evidência, o Campus Party é um pólo de encontro presencial de pessoas altamente criativas. Isto gera uma sinergia que denomino efeito "Vale do Silício", local na Califórnia responsável por mais de 80% das invenções das tecnologias da informação.

Segunda evidência, quando a circulação de conhecimento é livre a criatividade prolifera. Os maiores inventos da sociedade da informação não foram feitos dentro de ambientes fechados sobre o controle dos gerentes de patentes das megacorporações. Obviamente as inovações incrementais tem milhões de dólares nelas aplicadas, mas a genialidade brota de ambientes em que a liberdade e o compartilhamento do conhecimento imperam.

Parabéns, Felipe e Jean.

FLASH MOB LIDERADA POR UM ROBOT


No sábado, o Coletivo Bijari distribuiu o cartaz de sua performance "Por Que Lutamos". Imediatamente dezenas de pessoas se reuniram atrás de um Robot e deram uma volta pela arena principal do Campus Party. Foi a primeira passeata nerd liderada por um não-humano. No caminho da manifestação, nerds, geeks, hackers, cientistas, gamers perfilaram-se junto ao Robot. Os manifestantes gritavam palavras de ordem pela liberdade na Internet e contra o projeto de lei do Senador Azeredo.

ENCERRAMENTO DO CAMPUS PARTY


No sábado, por volta das 23 horas, os coordenadores das diversas áreas do Campus Party fizeram um ato de despedida.
Foram 3200 campuseros inscritos e aproximadamente 50 mil pessoas passaram pela área aberta do evento. O mais interessante é que o tráfego de dados do Campus Party foi de 30% de downloads e 70% de uploads. O evento produziu mais de 1200 vídeos no Youtube, milhares de fotos e postagens em blogs.

AUDITÓRIOS LOTADOS NO CAMPUS PARTY BRASIL


Foram 332 atividades entre oficinas, palestras, mini-cursos e demonstrações. O sucesso de participação ocorreu porque a grade foi construída junto das comunidades que participaram do evento.

ANDRÉ AVÓRIO NA OFICINA SOBRE DRUPAL


André Avório é o embaixador do Barcamp no Brasil. No Campus Party, além dele coordenar a desconferência e trabalhar no Radar Cultura, conseguiu arranjar um tempo para falar sobre a ferramenta Drupal.

MODDING TEVE PARTICIPAÇÃO INTENSA NO CAMPUS PARTY



Esta foi uma oficina de Modding. Sem dúvida, o pessoal do Modding foi uma das comunidades que mais realizou atividades no evento.

Wednesday, February 13, 2008

... É TARDE NO CAMPUS pARTY, MAS A MOÇADA DO SOFTWARE LIVRE CONTINUA NA OFICINA...



Quem não gosta de código bom sujeito não é ...
Hackers trabalham pelo prazer de superar desafios...

SOM NA CAIXA...


No Campus Música, o Hammer da RedBull foi usado de mesa de som. Sensacional!

ESTE É O DAVID, UM DOS COORDENADORES DO DESENVOLVIMENTO


O cara estava se preparando para ir na festa a fantasia que o Mario Teza disse que iria chamar.

O PESSOAL DO MODDING EMPENHADO DEPOIS DAS 22H


Uma oficina que promete varar a noite...

ETIENE E SUA PERFORMANCE TECNO-ARTÍSTICA NO CAMPUS PARTY


Ele era físico nuclear. Hoje ensina como fazer arte com tecnologia.

A ROBÓTICA BRASILEIRA DEU UM SHOW NO CAMPUS PARTY



As imagens bastam...

CAMPUS GAMES


Uma das clãs no Campus Party...

MAIS UM POUCO DO CAMPUS PARTY BRASIL












O que é o Campus Party? Podemos dizer é um encontro presencial das comunidades que habitam a Internet. É um espaço incomum onde comunidades, que dificilmente estariam juntas, reuniram-se nesta semana para trocar idéias, fazer novos amigos e conhecer os avanços das tecnologias. O mais interessante é que neste Campus Party Brasil, conseguimos reunir entretenimento com aprendizagem em uma programação com mais de trezentos conteúdos. Trata-se de um momento típico da cibercultura, pós-industrial. As pessoas estão se divertindo enquanto ensinam, aprendem e compartilham conhecimento. Outra característica vísivel são as improvisações e reconfigurações que ocorrem no evento, desde o lançamento, quando Gilberto Gil cantou ao som de uma mesa digital que emitia sons até a festa a fantasia que a comunidade de software livre fará a meia noite desta quarta-feira.
As fotos mostram um pouco do sucesso das oficinas e palestras.

Friday, February 08, 2008

EQUIPE DE CONTEÚDOS DA CAMPUS PARTY BRASIL


Esta foto foi batida no prédio da Bienal do Ibirapuera onde ocorrerá o Campus Party Brasil. Nela estão os coordenadores de conteúdo e os voluntários de comunicação. Foi batida na manhã do dia 8 de fevereiro.

Monday, February 04, 2008

HQ QUESTIONA A ACUSAÇÃO DE PIRATARIA PARA QUEM COMPARTILHA IMAGENS E SONS NA REDE...


O Jack, que agora trabalha na 4Linux, me enviou um link de um HQ muito interessante. Questiona a acusação de pirataria para quem compartilha músicas, vídeos e textos na rede. Além disso, defende um novo modelo de financiamento para os criadores de quadrinhos baseado em micropagamentos.

Vale a pena ler Coins of the realm.

POR QUE A PROIBIÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DO COUNTER-STRIKE VIOLA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E CRIAÇÃO?

Um anônimo alertou-me sobre alguns erros ortográficos e gramaticais contidos no post que fiz sobre a proibição da comercialização do CounterStrike e EverQuest (Obrigado!). Depois de dizer que doutores não poderiam cometer erros e criticar a Academia brasileira, escreveu algo muito interessante. O leitor (a) disse que a "liberdade de expressão" não está ferida, "mas sim a liberdade invididual de jogar, mesmo". Segundo o leitor (a) "Jogar não é uma "expressão", é uma "ação". É como o direito de ir-e-vir (pra ficar num exemplo simples e compreensível)".

Sem dúvida, o direito de escolha e de ação também está sendo violado. A decisão judicial afeta o direito do jogador, mas ataca principalmente o direito do criador. Ela impede que jogos do mesmo estilo sejam comercializados ou divulgados. Nesse sentido, a decisão impede a liberdade de criação e expressão. Ela afeta os criadores, roteiristas e desenvolvedores de games.

Os fundamentos da decisão judicial sobre o Counter-Strike e EverQuest (JFMG 2002.38.00.046529-6) são preocupantes, pois baseiam-se numa decisão anterior que proibiu a comercialização dos jogos DOOM, POSTAL, MORTAL KOMBAT, REQUIEM, BLOOD e DUKE NUKEN. Caso estes fundamentos não sejam contestados, eles poderão construir uma jurisprudência que viola a liberdade de criação, portanto, de expressão. O mais grave é que os argumentos do Juiz poderão ser aplicados em quaisquer áreas da criação. Com eles, não poderemos criar nada que tenha um estilo próximo aos filmes de Quentin Tarantino.

Assim, não é somente o direito de jogar que está sendo afetado, mas principalmente a liberdade de criação. E, por que? Porque alguém acredita que existe uma relação entre games e violência. Entretanto, inexiste qualquer comprovação empírica desta suposição. Trata-se de puro preconceito.

Friday, February 01, 2008

PROIBIÇÃO DO COUNTER-STRIKE E EVERQUEST É INCONSTITUCIONAL E SEM FUNDAMENTO CIENTÍFICO.


Reproduzo aqui alguns trechos da decisão do Juiz de Belo Horizonte, que em 15 de junho de 2007, mandou proibir a distribuição e comercialização dos games Counter-Strike e EverQuest, a pedido do Ministério Público Federal. Repare no perigo que nossa sociedade corre se começarmos a aceitar argumentos como este:

"É fato notório que os jogos de computadores e videos games aludidos na inicial incitam a violência, disseminando o prazer pela dor, o ódio e a vontade de matar. O público alvo de tais jogos é composto de crianças e adolescentes, que se encontram, por sua vez, em fase de formação psicológica, quando, então, deve-se atentar para que lhes seja transmitido valores morais necessários à formação do caráter, conforme preceitua o art. 227 da Constituição Federal."

É "fato notório" para quem? Para o autor da petição? Que pesquisa embasou tal "fato notório"?
Não há nenhuma evidência científica de que os games incitem a violência. Como cidadão, venho respeitosamente solicitar ao Juiz que mostre um estudo científico que embase sua decisão. Existem pessoas que consideram os games importantes para desarticular os instintos violentos, pois redireciona os mesmos para o cenário virtual, reduzindo a agressividade. Não é possível restringirmos liberdades com base em opiniões pessoais e nos preconceitos do autor da petição.

Além disso, inexiste qualquer relação entre as estatísticas de violência e a prática dos games. Ao contrário, nos países em que os games são muito praticados, como Japão e Coréia, os casos de violência são infinitamente menores do que nas regiões de grande exclusão digital.

Nos bairros periféricos de São Paulo, onde o número de pessoas com acesso a computadores e a games é extremamente baixo, são os locais em que os jovens são mais atingidos pela violência letal. Já nos bairros de classe média, onde os adolescentes possuem computadores, Internet e games, é exatamente onde a violência contra e entre adolescentes é menor. Daí devo concluir que os games reduzem a violência? Retrabalham o ódio e o eliminam em clicagens virtuais? Devo concluir que os games, principalmente o MMORPG, jogos em rede, inspiram a colaboração, a solidariedade, elementos importantes na formação do caráter?

O arte imita a vida. O game retrabalha a violência no morro. Não seria melhor mandar apreender e proibir as armas que cospem balas de chumbo? Proibir o Counter Strike não reduzirá a violência. A realidade violenta existe antes do game e não é o game que a reproduz. Ao contrário, a proibição gera um outro tipo de violência. Todas as evidências demonstram que se existe correlação entre os games e a violência, ela é a de que quanto mais gamers existem em uma área menos violenta ela é. Reivindico que aqueles que embasam a decisão judicial, provem empiricamente que esta última afirmação não é verdadeira.

Não podemos admitir que as liberdades de expressão e a de pensamento sejam violadas por preconceitos, por frustrações e por "achismos" sem fundamento técnico-científico.

Leiam esta afirmação que foi assumida como um dos fundamentos da decisão judicial:
"Se crianças e adolescentes passam horas do seu dia diante de jogos violentos, num mundo virtual, onde vence quem matar mais, é forçoso reconhecer, ou ao menos presumir, que tais vídeos assassinos afetam diretamente a estrutura psicológica dos mesmos, distorcendo valores socialmente exaltados, valorizando, ao contrário, aqueles que devem ser repugnados por toda a sociedade, tidos pelo ordenamento jurídico como ofensivos."

Por que é forçoso presumir que o jogo gerará o comportamento violento? Ao contrário, estatisticamente, os jovens que mais jogam são os menos violentos nas escolas. Gostaria de ver as provas de que esta afirmação tem sustentação sociológica, antropológica ou psicológica.

Que medo! Com estas frases é possível proibir o filme Tropa de Elite, Assalto ao Trem Pagador, Hercules 56, e boa parte das novelas da Globo. Se aceitarmos como válidas afirmações de que algo esteja "distorcendo valores socialmente exaltados" podemos começar a proibir o jornalismo e bloquear a verdade, bem como, a criação artística.

Como cidadão estou chocado com esta decisão anti-constitucional. Como sociólogo, posso ajudar a demonstrar a inconsitência científica desta aberração. Peço ajuda aos advogados e juristas para escrevermos uma ação que demonstre a inconstitucionalidade desta absurda decisão. Temos que defender a liberdade de expressão, pensamento e criação.