Wednesday, July 16, 2008

A CULTURA DA CONVERGÊNCIA PERMITE ENTENDER O FENÔMENO DAS PRÁTICAS RECOMBINANTES, OS FANFICS E FANSUBBERS.


No livro CONVERGENCE CULTURE: WHERE OLD AND NEW MEDIA COLLIDE, do pesquisador HENRY JENKINS, um capítulo imperdível para entender o fenômeno dos fanfics e fansubbers, dos mangas, animes, da música tecno e de outras manifestações típicas da cibercultura é o número 4: QUENTIN TARANTINO'S STAR WARS? GRASSROOTS CREATIVITY MEETS THE MEDIA INDUSTRY.

VEJA algumas passagens:


4 - A GUERRA NAS ESTRELAS DE QUENTIN TARANTINO?
A CRIATIVIDADE POPULAR ENFRENTA A INDÚSTRIA MIDIÁTICA.
Henry Jenkins


"Rodando em garagens e quartos de adolescentes, criando efeitos especiais em computadores domésticos e copiando em seu HD músicas de CD e arquivos de MP3, os fãs criaram novas versões da mitologia da Guerra nas Estrelas (1977). Nas palavras do diretor de Star Wars or Bust Jason Wishnow: "Este é o futuro do cinema; a Guerra nas Estrelas é o catalisador".
(...)

Os fãs desde cedo tem sido adaptadores de novas tecnologias midiáticas; sua fascinação pelos universo de ficção inspira com frequência novas formas de produção cultural, que vão dos trajes aos fanzines e, atualmente, até o cinema digital. Os fãs constituem o segmento mais ativo do público midiático que se recusam a aceitar tudo o que lhe dão e insistem no seu direito à plena participação. Nada disto é novo. O que está mudando é a visibilidade da cultura dos fãs. A rede proporciona um novo e poderoso canal de distribuição da produção cultural dos aficcionados. Eles levam décadas fazendo filmes domésticos. Agora, estes filmes e vídeos estão se tornando públicos."

Quando Amazon introduz os DVDs de George Lucas in Love (1999), talvez a mais célebre das paródias da Guerra nas Estrelas, vendeu mais que o DVD da Guerra nas Estrelas Episódio I: a ameaça fantasma (1999) em sua primeira semana. Os cienastas aficcionados, com certa legitimidade, vêem suas obras como "cartões de visitas" que podiam ajudá-los a introduzir-se na indústria comercial.
(...)

Os filmes digitais dos aficcionados ou fãs é para o cinema o que a cultura punk do faça-você-mesmo foi para a música.
(...)

Se, como alguns têm argumentado, o nascimento dos modernos meios de comunicação de massas significou a morte das tradições vitais da cultura popular que prosperaram na América do Norte do século XIX, o momento atual de transformações midiáticas está reafirmando o direito das pessoas comuns contrubuirem ativamente com a sua cultura. (...) Em uma cultura popular não existe delimitação clara e marcante entre produtores e consumidores. Na cultura da convergência, todos são participantes, ainda que com diferentes graus de influência e status."

2 comments:

Anonymous said...

Já divulguei o abaixo assinado para tudo que é lado(amigos, fóruns,blogs os mais diversos,mandei até e-mail para alguns deputados).Alguma outra idéia de como divulgá-lo?

Daliana Antonio said...

Fiquei mesmo interessada neste livro e, lendo esta parte, ainda mais pela idéia de participação de todos, independente das influências.
Poderia me indicar alguma leitura on-line que discutisse a participação na rede?

Faço uma pesquisa e discutirei a diferença entre o mero acesso e a participação.

Obrigada.