Tuesday, July 15, 2008

CULTURA DA CONVERGÊNCIA: A VISÃO DE UM PESQUISADOR DO MIT


Reproduzirei aqui, neste e nos próximos posts, alguns trechos do livro CONVERGENCE CULTURE: where old and new media collide, do professor Henry Jenkins, fundador e diretor do Programa de Estudos Midiáticos Comparados do MIT. Eles colaboram na tentativa de entender os embates atuais em torno das redes digitais e dos fenômenos da cibercultura. Este pequeno trecho abaixo é o início da Introdução do livro CONVERGENCE CULTURE. O livro ainda não foi traduzido para o português. Assim, reforço que a minha tradução é obviamente precária, mas busquei fazer o melhor possível (não esqueçam que não sou tradutor, por isso, perdoem-me):


Introdução: "Adoração no altar da convergência":
Um novo paradigma para compreender a mudança midiática
.


"A história circulou no outono de 2001: Dino Ignacio, um aluno de um colégio filipino-norte-americano, criou uma colagem com Photoshop de Beto [Bert no original americano] do Vila Sésamo (1970) interagindo com o líder terrorista Bin Laden como parte de uma série chamada "Beto é mau" [Bert is Evil!] colcada em sua página inicial. Outras representavam Beto como um membro da Ku Klu Klan, jogando com Adolfo Hitler, disfarçado de Unabomber ou praticando sexo com Pamela Anderson. Não era mais que uma piada.

Depois de 11 de setembro, um editor com sede em Bangladesh scaneou a rede em busca de imagens de Bin Laden para imprimir cartazes, posters e camisetas antiamericanas. Vila Sésamo podia ser visto no Pasquistão em um formato adaptado; assim, o mundo árabe não conhecia a Enio e Beto. Pode ser que editor não tenha reconhecido o Beto, mas deve ter pensado que a imagem se parecia bastante com o líder da Al Qaeda. A imagem acabou em uma colagem de imagens similares impressa em milhares de posteres e distribuída em todo o Oriente Médio.



Os repórters da CNN gravaram as inverossímeis imagens de uma multidão de manifestantes enfurecidos que marchavam pelas ruas protestando e gritando slogans antiamericanos e agitando cartazes que represnetavam Beto e Bin Laden. Os representantes da Children's Television Workshop, criadores da série Vila Sésamo, viram as imagnes na CNN e ameaçaram empreender ações legais: "Nos sentimos indignados pelo deplorável e desagradável uso de nossos personagens. Os responsáveis por isso deveriam sentir-se envergonhados. Estamos exeplorando todas as opções legais para deter este abuso e qualquer outro similar no futuro. Não era claro contra quem planejavam lançar seus advogadosde propriedade intelectual: contra o jovem que havia apropriado inicialmente as imagens ou contra os partidários dos terroristas que as utilizavam. Voltando ao ponto de partida, os divertidos fãs criaram numerosos sites novos, conectando os terroristas a vários personagens de Vila Sésamo.

De sua casa, Ignacio desencadeou uma controvérsia internacional. Suas imagens atarvessaram o mundo, em certas ocasiões através de meios comerciais, outras vezes através de meios populares e, finalmente, inspirou seu próprio culto. Conforme crescia a publicidade, crescia também a a preocupação de Ingnacio, que finalmente deciciu desmontar o seu site na web: "Creio que isto se tornou demasiadamente real [...] "Bert is Evil!" e sua continuação sempre manteve distância dos grandes meios. Este assunto o deixou exposto em campo aberto". Bem vindos a cultura da convcergência, onde se chocam os velhos e os novos meios, onde os meios populares se entrecruzam com os corporativos, onde o poder do produtor e do consumidor mediáticos interatuam de maneiras imprevisiveis.

Este livro trata da relação entre três conceitos: convergência midiática, cultura participativa e inteligência coletiva.

Com convergência me refiro ao fluxo de conteúdo através das múltiplas plataformas midiáticas, a cooperação entre múltiplas indústrias midiáticas e o comportamento migratório das audiências midiáticas, dispostas a ir quase a qualquer parte em busca do tipo desejado de experiências de entretenimento. Convergência é uma palavra que consegue descrever as mudanças tecnológicas, industriais e sociais em função de quem falei e daqueles que criam.(...)
Esta circulação dos conteúdos midiáticos (através de diferentes sistemas midiáticos, economias midiáticas e fronteiras nacionais) depende enormemente da participação ativa dos consumidores. (...)

O termo "cultura participativa" contrasta com as noções mais antigas de espectador midiático passivo. (...)

A inteligência coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa ao poder midiático."


OBS: A imagem foi copiada do site http://www.snopes.com/rumors/bert.asp

3 comments:

Daliana Antonio said...

Incrível!
Fiquei muito interessada no livro!
Inseri na lista de "livros a adquirir"!
Ótima idéia a sua!
Será um prazer ler partes do livro.
Bom trabalho.
Daliana

Fabio said...

Adorei o Post

Desculpa comentar nesse post sobre assunto mais o seguinte:
A lei que bloqueia o P2P e etc no Brasil ela tipo foi aprovada ou não?
já está funcionando?

se pudesse me responder por e-mail agradeceria fabiorjcg@gmail.com

Anonymous said...

Bin Laden... terrorista... hehe... seeeeeeeiiii....


www.zeitgeistmovie.com